O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito de dietas com diferentes fontes energética sobre a digestibilidade aparente, metabolismo de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), e microbiota cecal e fecal em equinos. Foram utilizados cinco equinos hígidos, com ceco fixado à parede abdominal recebendo três dietas, a dieta Feno (100% feno Tifton 85), Dieta AA (amido e açúcar), e Dieta FO (fibra e óleo). Amostras fecais foram coletas para análise da digestibilidade aparente, composição da microbiota, concentração de AGCC, pH e capacidade tamponante (CT), variáveis que também foram analisadas no liquido cecal. No sangue foi determinado a concentração de AGCC. A digestibilidade aparente da dieta foi estimada com utilização de marcador externo, a lignina purificada e enriquecida (Lipe®). Para a determinação da microbiota foi utilizado o sequenciamento de nova geração (NGS) do gene 16S-rRNA. A concentração dos AGCC foi determinada por cromatografia em fazer gasosa. A mensuração do pH foi realizada com um peagametro portátil e a CT foi estimada utilizando-se a seguinte formula CT (mmol/L) =Volume (mL)* 3,125. O experimento seguiu o delineamento experimental Cross Over. Para análise das informações da microbiota, cada microrganismo observado em determinado táxon foi utilizado modelo misto linear generalizado. Para as análises de AGCC, pH, CT, e da digestibilidade aparente adotou-se um modelo misto. Todas as análises foram realizadas pelo procedimento PROC MIXED - SAS, versão 9.4. Dietas com inclusão de concentrado AA e FO causaram redução na digestibilidade aparente da fração fibrosa. Não houve diferença significativa na produção de AGCC no ceco e fezes entre as dietas, assim como não houve diferença significativa no pH cecal entre as três dietas (p>0,05), mas houve diferença significativa no pH fecal, sendo menor na dieta AA (p<0,05). A dieta Feno apresentou maior abundância de bactéria fibroliticas, a dieta AA teve maior abundancia de bactérias amiloliticas e a dieta FO maior abundancia de bactérias pectnoliticas, proteolíticas e lipidicas, no ceco e nas fezes. A dieta a base de FO pode substituir a dieta açúcar e amido, por apresentar semelhantes valores de digestibilidade aparente, não alterar a concentração de AGCC no ceco, nas fezes e no sangue, não alterar o pH cecal. A alteração da abundância da microbiota cecal e fecal e da diversidade fecal, não trazem prejuízos para a saúde e para o aproveitamento da dieta pelos equinos hígidos.

The aim of this research was to evaluate the effect of diets with different energy sources on apparent digestibility, short-chain fatty acids (SCFA) metabolism, and cecal and fecal microbiota in horses. Five healthy horses were used, with their cecum attached to the abdominal wall, and they received three diets: the Hay diet (100% Tifton 85 hay), the SS diet (starch and sugar), and the FO diet (fiber and oil). Fecal samples were collected for analysis of apparent digestibility, microbiota composition, concentration of SCFA, pH, and buffering capacity (BC), variables that were also analyzed in the cecal fluid. SCFA concentration in the blood was determined. The apparent digestibility of the diet was estimated using an external marker, purified and enriched lignin (Lipe®). Next-generation sequencing (NGS) of the 16S-rRNA gene was used to determine the microbiota. SCFA concentration was determined by gas chromatography. pH measurement was performed with a portable pH meter, and BC was estimated using the following formula BC (mmol/L) = Volume (mL) * 3.125. The experiment followed a Cross Over experimental design. For the analysis of microbiota information, each microorganism observed in a given taxon was used in a generalized linear mixed model. For the analysis of SCFA, pH, BC, and apparent digestibility, a mixed model was adopted. All analyses were performed using the PROC MIXED - SAS procedure, version 9.4. Diets with inclusion of SS concentrate and FO caused a reduction in the apparent digestibility of the fibrous fraction. There was no significant difference in SCFA production in the cecum and feces between the diets, and there was no significant difference in cecal pH among the three diets. However, there was a significant difference in fecal pH, being lower in the SS diet. The Hay diet had a greater abundance of fibrolytic bacteria, the SS diet had a greater abundance of amylolytic bacteria, and the FO diet had a greater abundance of pectinolytic, proteolytic, and lipolytic bacteria in the cecum and feces. The fiber and oil-based diet can replace the sugar and starch diet, as it has similar apparent digestibility values, does not alter the concentration of SCFA in the cecum, feces, and blood, and does not alter cecal pH. Altering the abundance of the cecal and fecal microbiota and fecal diversity do not harm the health and utilization of the diet by healthy horses.