A presente pesquisa procura trazer à tona a compreensão de alguns aspectos culturais inerentes ao povo Cayapó Meridional, que ocupou o sertão goiano, na Bacia do Rio Fartura, região onde foi criado na segunda metade do século XVIII o icônico Aldeamento Maria I que após sua desativação ocorrida em 1813, teria se perdido no tempo. Baseando-se em documentação histórica, foram identificadas cinco áreas potenciais com a provável localização do referido aldeamento. Cada uma dessas áreas foi investigada, mas em apenas uma foram encontrados vestígios que se assemelham ao material costumeiramente atribuído a povos integrantes da família linguística Macro-Jê, à qual pertencem os Cayapó. Tais vestígios estariam ligados ao antigo aldeamento? A luz das evidências encontradas não foi possível responder essa pergunta, no entanto, a cultura material do sítio arqueológico MI, certamente pertence ao povo Cayapó que em algum momento da história viveu a desventura do contato e dos aldeamentos impostos pelos colonizadores.

The present research seeks to bring to light the understanding of some cultural aspects inherent to the Cayapó Meridional people, who occupied the goiano hinterland, in the Fartura river basin, a region where the iconic Aldeamento Maria I was created in the second half of the 18th century, which after its deactivation occurred in 1813, it would have been lost in time. Based on historical documentation, five potential areas were identified with the probable location of the village. Each of these areas was investigated, but in only one were found traces that resemble the material usually attributed to peoples belonging to the Macro-Jê linguistic family, to which the Cayapó belong. Would such traces be linked to the old village? In light of the evidence found, it was not possible to answer this question, however, the material culture of the archaeological site MI, certainly belongs to the Cayapó people who, at some point in history, experienced the misfortune of contact and settlements imposed by the colonizers.