A região de Lagoa Santa apresenta um contexto arqueológico que contribui para a discussão de grupos de caçadores-coletores na América do Sul. O sítio arqueológico da Lapa do Santo está localizado na área de proteção ambiental de Lagoa Santa e apresenta três períodos distintos de ocupação humana do Holoceno inicial ao Holoceno tardio (12,7 -11,7 m.a cal AP a 8,3-8,0 m.a cal AP, 5,4-4,9 m.a cal AP a 4,3-3,9 m.a cal AP, 2,1-0,8 m.a cal AP a 0,9-0,2 m.a cal AP). Estudos anteriores classificaram os sepultamentos humanos do Holoceno Inicial em sete padrões funerários, com base em características específicas e cronologia. Nove sepultamentos, classificados como Padrão Mortuário 3, foram estudados para confirmar a aleatoridade aparente para entender quanto à distribuição dos ossos na sepultura, se as fraturas eram perimortem, e se havia outra possibilidade de cenário ao qual poderiam estar relacionadas além do funerário. Com base nos graus de desarticulação, distribuição e tipos de fraturas, concluiu-se que os ossos longos foram depositados em pequenas covas após serem fraturados para redução de seu tamanho. Apesar do tempo transcorrido entre a morte e as fraturas não poder ser determinado, a falta de características relacionadas a conflito, consumo ou outro tipo de processamento, fortalece a hipótese de que as fraturas perimortem observadas estavam relacionadas a uma prática funerária de redução.

The Lagoa Santa region presents an archaeological context that contributes to the discussion of hunter-gatherer groups in South America. The Lapa do Santo archaeological site is located at the environmental protected area of Lagoa Santa and presents three distinct periods of human occupation from early Holocene to late Holocene (12.7 -11.7 kyr cal BP to 8.3-8.0 kyr cal BP, 5.4-4.9 kyr cal BP to 4.3-3.9 kyr cal BP, 2.1-0.8 kyr cal BP to 0.9-0.2 kyr cal BP). Previously researches classified the human burials into seven funerary patterns, based on their specific features and chronology. Nine burials, classified as Mortuary Pattern 3, were studied to confirm the lack of apparent logic regarding the distribution of bones along the grave, if the fractures were perimortem, and if there was another possibility of a scenario in which they could be related beyond the funerary one. Based on the disassociation, distribution and majority type of fractures, it was concluded that the long bones were deposited into the small grave after being fractured to reduce its size. It was not possible to estimate the exact time the bones were fractured after death, however, the lack of features relating to conflict, consumption, or another kind of processing, support the hypothesis that the observed perimortem fractures were related to a reduction funerary practice.