Introdução: O processo de envelhecimento está associado com o aumento de frequência de determinadas doenças, entre elas, a disfagia, que pode impactar de forma importante a saúde das pessoas idosas. Objetivos: Estimar a prevalência e fatores associados à disfagia referida em uma coorte de pessoas idosas. Métodos: Realizou-se a presente análise como Estudo Transversal com pessoas idosas (≥ 60 anos) no município de São Paulo em 2015. Calculou-se a prevalência da disfagia e os seus fatores associados foram estimados pelas Razões de Prevalência em um modelo de Regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Das 1.198 pessoas idosas estudadas, 141 referiram disfagia, com prevalência de 11,3% (IC95%: 9,3 - 13,7). As variáveis que apresentaram associação com disfagia foram: idade ≥ 80 anos, ser preto/pardo (como fator de proteção), não possuir renda suficiente para gastos diários, dificuldade em atividades básicas de vida diária, autoavaliação de saúde bucal ruim/muito ruim, autoavaliação de saúde bucal regular, presença de xerostomia e déficit cognitivo. Discussão: A disfagia se mostrou positivamente associada à idade. Além disso, determinas condições de saúde como dificuldade em atividades básicas de vida diária, saúde bucal ruim/muito ruim ou regular, xerostomia, déficit cognitivo, multimorbidade e polifarmácia se mostraram associadas à disfagia, determinando sua ocorrência e sugerindo sua importância como foco de políticas publicas para prevenção da disfagia. Conclusões: Estratégias de promoção da saúde bucal, bem como das dificuldades decorrentes da fragilidade em pessoas idosas podem contribuir para a implementação de políticas públicas que auxiliem na prevenção da disfagia. Além disso, politicas de detecção precoce dos déficits cognitivos e novas estratégias para resposta à multimorbidade que permitam menor uso de medicamentos são objetivos desejáveis para este fim.

Introduction: The aging process is associated with an increase in the frequency of certain diseases, including dysphagia, which can significantly impact the health of the elderly. Objetives: The aim of this study was to estimate the prevalence and factors associated with self-reported dysphagia in a cohort of elderly people. Methods: This analysis was carried out as a cross-sectional study with elderly people (≥60 years old) in the city of São Paulo in 2015. The prevalence of dysphagia was calculated and their associated factors were estimated by Prevalence Ratios in a Poisson Regression model with robust variance. Results: Of the 1,198 elderly people studied, 141 reported dysphagia, with a prevalence of 11.3% (95%CI: 9.3 - 13.7). The variables that were associated with dysphagia were: age ≥ 80 years, being black/brown (as a protection factor), not having enough income for daily expenses, difficulty in basic activities of daily living (I/ADLs), self-assessment of oral health marked as poor/very poor or regular, presence of xerostomia and cognitive decline. Discussion: Dysphagia was positively associated with age. In addition, certain health conditions such as difficulty in ADL, poor/very poor or regular oral health, xerostomia, cognitive decline, multimorbidity and polypharmacy were associated with dysphagia, determining its occurrence and suggesting its importance as a focus of public policies for the prevention of dysphagia . Conclusions: Strategies to promote oral health, as well as the difficulties arising from frailty in the elderly, can contribute to the implementation of public policies that will help prevent dysphagia. In addition, policies for early detection of cognitive decline and new strategies to respond to multimorbidity that allow less use of medication are desirable objectives for this purpose.