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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.6.2021.tde-31052021-161337
Document
Auteur
Nom complet
Amanda Cristina da Silva de Jesus
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2021
Directeur
Jury
Conde, Wolney Lisbôa (Président)
Araújo, Edna Maria de
Bairros, Fernanda Sousa de
Batista, Luís Eduardo
 
Titre en portugais
Cores e valores: marcas do racismo no estado nutricional da população brasileira
Mots-clés en portugais
Condições socioeconômicas
Equidade em Saúde
Estado Nutricional
Raça/cor
Racismo
Resumé en portugais
Introdução: O racismo, ainda que negligenciado, é fator de grande impacto nas iniquidades em saúde, está entre os determinantes de saúde e tem efeito sob outros determinantes sociais como escolaridade e condições de vida. O conhecimento do estado nutricional associado a variável raça/cor e nível socioeconômico da população brasileira, potencialmente contribui para avanços e propostas de aprimoramento das Políticas Públicas em Saúde e de Programas sociais e assistenciais. Além de fornecer subsídios para novas estratégias de prevenção e de tratamento dos agravos, desenvolvimento de ações de promoção da saúde, de segurança alimentar e nutricional e diminuição da iniquidade racial. Objetivo: Descrever e analisar o estado nutricional da população brasileira, com base na raça/cor e estratos socioeconômicos, do banco de dados nacional POF 2008-2009. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, utilizando a base de dados nacional da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. Raça/cor foi utilizada como variável de exposição, z-escore de altura/idade, déficit de altura, IMC, baixo peso e obesidade, como variáveis de desfecho e sexo, idade, escolaridade e renda como variáveis de ajuste. Foram analisadas crianças menores de 5 anos e adultos entre 18 a 59 anos. As diferenças do estado nutricional de acordo com o recorte do estudo foram analisadas em regressões lineares e logísticas. Resultados: A consistência das análises mostra que as populações indígenas, pretas e pardas apresentam piores condições socioeconômicas. Crianças pretas (bruto OR: 1,26, ajustado OR:1,06), pardas (bruto OR:1,24*, ajustado OR:1,17) e indígenas (bruto OR: 2,59*, ajustado OR: 2,60) tem maiores chances de déficit de altura quando comparadas com brancas. Adultos pretos (bruto OR: 1,38*, ajustado OR: 1,23*), pardos (bruto OR: 1,40*, ajustado OR: 1,19*) e amarelos (bruto OR: 1,94*, ajustado OR: 1,89*) apresentaram maiores chances de baixo peso ao serem comparados com os brancos. E adultos pretos apresentaram maiores chances de obesidade (bruto OR: 1,06, ajustado OR: 1,11) quando comparados com os brancos. Conclusão: Os achados sugerem que as disparidades por raça/cor atravessam e interferem no estado nutricional da população brasileira. A pesquisa resgata dados de 2008-09 no objetivo de mostrar o fenômeno da variável raça/cor dentro de um mesmo banco de dados interfere seja na infância, quanto na fase adulta, ainda que os dados não sejam tão atuais o racismo se mantêm muito presente na sociedade brasileira, demostrando que tais iniquidades demandam de ações e políticas públicas específicas que contribuam para diminuição de seus efeitos na sociedade e monitoramentos posteriores, quantificando e avaliando o impacto dessas políticas ao longo do tempo. Entende-se que é fundamental a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) dialogar com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) de modo transversal, bem como outras políticas e programas relacionados a alimentação e nutrição.
 
Titre en anglais
Colors and values: marks of racism in the nutritional status of the Brazilian population
Mots-clés en anglais
Health Equity
Nutritional Status
Race/color
Racism
Socioeconomic Status
Resumé en anglais
Introduction: Although neglected, racism is a factor of great impact on health inequities and it's among the social determinants of health and affects other social determinants such as education and living conditions. The knowledge of the nutritional status associated with the Brazilian population's variable race/color and socioeconomic status contributes to improvement proposals for Public Health Policies and social and assistance programs. In addition to providing subsidies to new strategies for the prevention and treatment of health problems, this knowledge contributes to the development of actions to promote health, food and nutrition security and reduce racial inequity. Objective: To describe the nutritional status of the Brazilian population according to race/color and socioeconomic status from the national database of 2008-2009. Methods: This cross-sectional study uses a national database of the Family Budget Survey (POF) 2008-2009. Race/color was used as exposure, while height/age z-score, height deficit, BMI, underweight, and obesity as outcome variables, and sex, age, education, and income as adjustment variables. In this study, only children under 5 years old and adults from 18 to 59 years old were considered for the analysis process. Differences in nutritional status according to the study outline were analyzed using linear and logistic regressions. Results: The consistency of the analyses showed that black children (crude OR: 1.26, adjusted OR: 1.06), brown (crude OR: 1.24 *, adjusted OR: 1.17) and indigenous (crude OR: 2, 59 *, adjusted OR: 2.60) are more likely to have a height deficit when compared to white children. Black adults (crude OR: 1.38 *, adjusted OR: 1.23 *), brown (crude OR: 1.40 *, adjusted OR: 1.19 *) and yellow (crude OR: 1, 94 *, adjusted OR: 1.89 *) had greater chances to be underweight when compared to white adults. Regarding obesity among adults, black adults had greater chances of being obese (crude OR: 1.06, adjusted OR: 1.11) when compared to white adults. Conclusion: These findings suggest that race/color disparities intersect and interfere with the nutritional status of the Brazilian population. This research retrieves data from 2008-09 in order to show the phenomenon of the race/color variable within the same database interferes both in childhood and in adulthood, even though the data are not so current, racism remains very present in Brazilian society, demonstrating that such inequities demand specific actions and public policies that contribute to reducing their effects on society and subsequent monitoring, quantifying and evaluating the impact of these policies over time. It is understood that National Policy for Food and Nutrition (PNAN) is fundamental to dialogue with National Policy for the Integrative Health of the Black Population (PNSIPN) in a transversal way, as well as other policies and programs related to food and nutrition.
 
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JesusACS_MTR_R.pdf (2.47 Mbytes)
Date de Publication
2021-05-31
 
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