Objetivo. O presente trabalho teve por objetivo identificar fatores de risco como determinantes de óbitos matemos de residentes em Fortaleza, Ceará, ocorridos no periodo de 1º de janeiro de 1996 a 31 de dezembro de 1999. Metodologia. Optou-se por um estudo caso-controle, considerando as vantagens desse tipo de estudo, especialmente o baixo custo e a rapidez na obtenção dos resultados. Definiu-se como caso mulher que morreu durante a gestação, no parto ou dentro de 42 dias após o término da gravidez, independente da duração ou da localização da gravidez, devido a qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação ou por medidas em relação a ela, excluídas as causas acidentais ou incidentais, dentro do período especificado de tempo do estudo. Definiu-se como controle mulher que sobreviveu à gravidez, ao parto ou 42 dias após o término da gestação, dentro do período especificado de tempo do estudo. Realizaram-se consultas aos prontuários hospitalares e entrevista com familiares dos casos e com as mulheres sorteadas como controle. Foram feitas análises uni variada e multivariada, sendo o modelo escolhido, a Regressão Logística. Resultados. As principais causas de morte materna foram a doença hipertensiva específica da gestação, as hemorragias, a infecção puerperal e o aborto. As variáveis que se apresentaram como fator de risco para morte materna foram: motivo da internação de alto risco, atendimento hospitalar inadequado, acesso inadequado ao serviço de saúde, pré-natal inadequado e cesárea. Conclusão. Melhorar o acesso aos serviços de saúde, garantir assistência de qualidade ao pré-natal e ao parto são medidas que contribuiriam para a redução da mortalidade materna.

Objective: the aim of this study is to identify risk factors to maternal deaths in Fortaleza County and which occurred in the period from 1 january 1996 to 31 december 1999. Methods: a case control study design was used. Cases were women who died while pregnant or during delivery or within 42 days of termination of pregnancy, irrespective of the duration and the site of pregnancy, from any causes related to or aggravated by the pregnancy or its management but not from accidental or incidental causes. Controls were women who survived pregnancy, childbirth or 42 days of termination of pregnancy. Clinical records were consulted and informations were obtained by interviews with women controls and case's family. Univariate and multivariate analysis were performed using logistic regression. Results: the main causes of death were hipertensive diseases of pregnancy, hemorrhage, puerperal infection and abortion. The significant risk factors for maternal mortality were seriousness of condition at admission to hospital, inadequate medical care, inadequate access to health services, inadequate antenatal care and caesarian section. Conclusions: maternal mortality can be reduced through improvement of access to health services and improvement the quality of maternal health services.