Neste estudo foram descritas as condições gengivais e a prevalência de placa bacteriana da população infantil assistida pela Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade Santo Amaro. Foram examinadas 102 crianças/adolescentes, de 3 a 14 anos, de ambos os sexos. Foram empregados os índices de sangramento gengival proposto por AINAMO & BAY (1975) para o exame das condições gengivais e o índice proposto por LÖE & SILNESS (1963) para a mensuração da placa bacteriana. Os exames clínicos foram realizados por um único examinador sob condições adequadas de biossegurança. As mães das crianças\adolescentes examinadas responderam um questionário contendo questões sobre características sócio-econômicas, higiene bucal, conhecimento sobre prevenção das doenças bucais, promoção de saúde bucal, e autopercepção relativa à condição dentária dos filhos. Os dados foram registrados e transcritos para o aplicativo Epi-lnfo 6.04b. Para a análise estatística dos dados foram empregados os testes de Kruskal-Wallis e de correlação de Pearson. Os resultados mostraram que a maioria das crianças\adolescentes compartilha de um perfil sócio-econômico semelhante: a maioria das mães (71,6%) possuía escolaridade na faixa entre a 4ª. e 8ª. série do 1° grau, 53% possuíam um televisor, a maioria (54,9%) não possuía vídeo cassete e nem computador (87,9%), 63,7% tinham um banheiro em casa, 87,3% tinham 3 cômodos ou mais em casa, 85,3% das crianças\adolescentes usavam transporte público, 87,3% das crianças\adolescentes estudavam em escolas públicas. A prevalência de gengivite foi alta e a saúde periodontal das crianças\adolescentes foi deficiente. Foram detectadas 79,4% crianças\adolescentes com sangramento gengival, 10% do total delas mostraram índice de placa elevado o que indica higiene bucal muito precária. Gengivite e placa apresentaram correlação estatisticamente significativa (r = 0,422; p< 0,01). Foram observadas diferenças estatisticamente significativas na presença de placa bacteriana entre meninos e meninas. É necessário que mais esforços preventivos e educativos sejam empregados para controlar a prevalência de placa bacteriana e doenças periodontais na população de crianças e adolescentes pertencentes a famílias de condição socio-econômica semelhante.

This study describes gingival health and the prevalence of bacterial plaques within a population of children attended by the Pediatric Dentistry Clinic of the School of Dentistry of the Santo Amaro University. One hundred and two children of both sexes, ranging in age from 3 to 14 were examined. Rates of gingival bleeding, proposed by AINAMO & BAY (1975) in order to assess gingival health as well as the rate proposed by LÖE & SILNESS (1963) for measuring bacterial plaques were employed. Clinical exams were undertaken by a single examiner under adequate conditions of biosafety. Mothers of the children participating in this study answered a questionnaire containing questions concerning socio-economic characteristics, oral hygiene, knowledge concerning oral disease prevention, promotion of oral health, and self-perception with respect to the oral health of their children. The Epi-info 6,04b program was utilized to compile a databank from information registered during research. Statistical analysis of the data was undertaken employing the Kruskal-Wallis tests as well as Pearson's correlation coefficient. The results indicate that the majority of the children and adolescents share a similar socio-economic profile: the majority of their mothers (71.6%) had completed primary school and had incomplete or complete junior high school education, 53% owned a television set, the majority did not own a video cassette recorder (54.9% ) or a computer (87.9%), 63.7% of the households they lived in had one bathroom, 87.3% of the households had three or more rooms, 85.3% of the children and adolescents utilized public transportation and 87.3% of them studied in public schools. Prevalence of gingivitis was high and periodontal health was deficient among these children and adolescents. Gingival bleeding was detectecl among 79.4% of the children and adolescents. Ten per cent of the children and adolescents had elevated rates of bacterial plaques, indicating very poor oral hygiene. Gingivitis and the presence of bacterial plaques presented a statistically significant correlation (r = 0.422; p< 0.01). Statistically significant differences between boys and girls were observed. Greater efforts in terms of prevention and oral hygiene education must be employed in order to control the prevalence of bacterial plaques and periodontal disease among children from families pertaining to similar socio-economic status.