Objetivo: O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é uma condição debilitante com grande impacto social. Estimativas indicam que 30% dos indivíduos com TDM são resistentes a tratamento (DRT). Os objetivos deste estudo são identificar e comparar a utilização de recursos por pacientes com DRT e com TDM não resistente no Hospital das Clínicas da FM-USP. Método: Foram analisados retrospectivamente prontuários de 212 pacientes do Instituto de Psiquiatria do hospital com diagnóstico de TDM, de acordo com os critérios da CID-10. Utilizaram-se critérios específicos para identificar os pacientes com DRT dentre aqueles diagnosticados com TDM. A utilização de recursos foi estimada contando procedimentos e insumos listados nos prontuários de 1997 a 2002. Resultados: Os pacientes com DRT utilizaram em média significantemente mais exames anualmente (11,23 vs. 8,47) e tiveram maior consumo de medicamentos e mais hospitalizações (3,53 diárias vs. 1,72). Pacientes com depressão resistente a tratamento tiveram um maior custo direto anual, R$ 6.171,78, do que pacientes com depressão não resistente, R$ 4.351,08 (reais de novembro de 2003). Conclusões: Pacientes com DRT utilizaram mais recursos e tiveram um custo mais elevado do que pacientes não resistentes. Este estudo é o primeiro no Brasil a avaliar o custo de tratamento da depressão e poderá ajudar a estimar o custo social da depressão.

Objective: Major Depressive Disorder (MDD) is a debilitating condition with a marked social impact. Estimates indicate that 30% of individuals with MDD have treatment-resistant depression (TRD). The study objectives were to identify and compare the resource utilization by non-resistant MDD and TRD patients in a university psychiatric hospital in São Paulo- Brazil. Methods: We analyzed retrospectively 212 hospital charts of patients from the Hospital's Psychiatry Institute, diagnosed with MDD according to CID-10 criteria. Specific criteria were used to identify patients with TRD among those with MDD. Resource utilization was estimated by counting procedures listed on the hospital charts from 1997 to 2002. Results: Patients with TRD had on average significantly more laboratory exams yearly (11.23 vs. 8.47) than non-TRD patients, as well as more medication consumption and hospitalizations (3.53 hospital days vs.1.72). TRD patients had higher yearly treatment costs (R$ 6,171.78) than MDD patients (R$ 4,351.08 ) did. Conclusions: Patients with TRD used more resources and had higher direct costs than non-TRD patients. This study is the first in Brazil to evaluate depression treatment costs, and might be helpful to evaluate the economic burden of depression to society.