Este trabalho apresenta um estudo sobre saneamento em seis localidades de pequeno porte no semi-árido baiano, onde foram implantados sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário dentro de uma ótica de tecnologia apropriada à realidade sócio econômica da região, incluindo nesse caso a educação sanitária, participação da comunidade e projetos de baixo custo de implantação e de simples operação e manutenção. Estas duas últimas, a cargo das associações locais e da federação das mesmas (Central 11). O objetivo foi analisar os efeitos da implantação dos sistemas de saneamento na população por meio de entrevistas e de coleta de dados secundários, e as tecnologias utilizadas nesses sistemas. Verificou-se o aumento do consumo de água per capita de 21L/hab.dia para 63L/hab.dia e redução de 60% do desembolso mensal familiar para compra da água. A frequência de hábitos adequadamente sanitários passou de 27% para 70%, em especial a prática do uso do sanitário, superior a 90%. A população aponta como principais vantagens decorrentes da implantação desses sistemas a eliminação do tempo anteriormente gasto para a busca da água (1 hora e 20 minutos por dia), as dores na coluna vertebral e a valorização de aproximadamente 50% do imóvel. Foi verificada, também, uma redução de 28,6% dos casos de diarréia em crianças de até 2 anos. A adesão ao sistema é superior 98% com uma taxa de inadimplência de 2%. O modelo adotado fortaleceu as associações locais que implantaram outras atividades comunitárias. Os benefícios à população nos aspectos de saúde, como de conforto e de economia promovem uma melhoria na qualidade de vida dos moradores dessas comunidades e justificam esse investimento.

This work shows the study of sanitation improvement project. in 6 small communities located in the semi-arid region of Bahia, with a population size of 450 to 2,500 inhabitants and an average precipitation of 600 mm/year. Water supply and sewerage systems based on appropriated technology were installed, after initiatives on education; community involving decision making processes. The management model is a partnership between the resident association of each community that operates the system and a pool of these associations that undertakes the maintenance of the system. Operation of these systems resulted in water consumption increasing from 21L/person.day to 63 21L/person.day and a reduced family monthly payment of 60% for water. People who were surveyed indicated that one of the most important benefits was the time saved to collect and carry water (on average 1 hour and 20 minutes), back pain and an increase in value of their house. The incidence of diarrhea in infants younger than 2 years old also decreased 28,6%. The use of water in washing hands/flushing toilets etc increased from 27% to 70% and the use of toilet is now above 98%. Despite the low income of the population, the low cost operation and simple maintenance ensures that the majority of the houses (98%) are connected to the system and of these less than 2% have not paid the tax regularly. In addition the local associations have added new communal activities after operating system. Capital costs cannot be included in the water tax, however, but health benefits and the standard of living of rural people justify this kind of investment by the Government.