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Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.6.2016.tde-01042016-134600
Documento
Autor
Nome completo
Samantha Lemos Turte Cavadinha
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2016
Orientador
Banca examinadora
Fischer, Frida Marina (Presidente)
Adorno, Rubens de Camargo Ferreira
Falcão, Marcia Thereza Couto
Paparelli, Renata
Scarcelli, Ianni Regia
 
Título em português
Violências, relações de gênero e poder: efeitos do trabalho sobre subjetividades e saúde mental de policiais militares
Palavras-chave em português
Policiais Militares
Relações de Gênero
Saúde Mental
Saúde Coletiva
Saúde do Trabalhador
Resumo em português
Introdução Os trabalhadores interlocutores neste estudo caracterizam-se pelo somatório simultâneo de duas profissões, de policial e de militar. Ambas exigem extremo engajamento subjetivo e incluem vivências violentas. As peculiaridades e exigências do trabalho destes profissionais fazem com que eles geralmente não sejam associados à categoria trabalhadores e fiquem à margem das discussões e ações pertinentes à área de Saúde do Trabalhador. Com este estudo pretende-se contribuir para a ampliação dos estudos sobre saúde mental e trabalho, especificamente considerando as relações de gênero e os elementos relacionados ao equilíbrio/desequilíbrio entre as esferas pessoal e profissional. Objetivo Apreender, a partir do referencial de gênero, as mediações entre subjetividades, trabalho, violências e sofrimento psíquico de homens e mulheres trabalhadores na condição de policiais militares de uma corporação localizada em Brasília/DF. Método Foram entrevistados individualmente a partir de roteiro norteador 7 mulheres e 17 homens policiais militares com posições diversas na hierarquia que atuavam ou tivessem atuado no policiamento ostensivo. Foi realizada uma análise de conteúdo temática, de cunho compreensivo e indutivo, do conjunto do material obtido. Este tipo de análise tem uma dimensão descritiva e outra interpretativa apoiada em conceitos teórico- analíticos. Na análise das entrevistas em profundidade utilizaram-se como categorias analíticas os seguintes conceitos teóricos estruturadores do estudo: subjetividade, relações de gênero, violência relacionada ao trabalho, saúde mental. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da FSP/USP. Resultados e discussão A organização do trabalho foi apontada pelos informantes como um fator mais nocivo à saúde mental do que o conteúdo do trabalho de lidar com a violência urbana. A militarização molda a subjetividade dos policiais, e causa impedimentos para que estes indivíduos enfrentem as situações abusivas e expressem emoções, resultando em sofrimento psíquico para os trabalhadores. Paralelamente, as relações de gênero podem afetar negativamente ou exercer efeito protetor sobre a saúde mental dos policiais militares, a depender da qualidade das relações estabelecidas no trabalho e com familiares. Conclusão São urgentes e necessárias ações preventivas e de promoção da saúde mental nas corporações policiais militares, de forma a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar psíquico dos trabalhadores e familiares, com implicações, inclusive, sobre a violência intra e interpessoal, seja de cunho policial, doméstico ou social.
 
Título em inglês
Violence, gender and power relations: work effects on subjectivities and mental health of military police officers
Palavras-chave em inglês
Gender Relations
Mental Health
Military Police
Occupational Health
Public Health
Resumo em inglês
Introduction Workers, interlocutors in this study, are characterized by the simultaneous sum of two professions, police and military. Both require extreme subjective engagement and include violent experiences. Job peculiarities and job demands entails that these professionals are not usually seen as workers and they frequently stay on the sidelines of discussions and relevant actions in the Occupational Health field. This study aims to contribute to the expansion of studies on mental health and work, specifically considering gender relations and the elements related to balance or imbalance between personal and professional lives. Aim To apprehend, from the gender frame, mediations between subjectivities, work, violence and psychic suffering of men and women workers in the condition of military police officers of a corporation located in Brasilia, Federal District of Brazil. Methodological procedures Interviews using a guiding script were conducted individually with 7 military policewomen and 17 military policemen from different positions in the organization hierarchy, who worked or had worked in ostensive policing. A thematic content analysis, comprehensive and inductive, was performed. This type of analysis has a descriptive and an interpretative dimension supported by theoretical and analytical concepts. In the analysis of in-depth interviews the following theoretical concepts were used as analytical categories: subjectivity, gender relations, work-related violence, and mental health. The project was approved by the Ethics Committee of School of Public Health/University of São Paulo. Results Work organization was identified by informants as more harmful to the mental health than the work content (to deal with urban violence). Militarization shapes the subjectivity of police workers, hindering them to face the abusive situations and expressing emotions, resulting in psychological distress. At the same time, gender relations may adversely affect or have a protective effect on mental health of military police, depending on the quality of relationships at work and with family. Conclusion Preventive actions and mental health promotion in the military police organizations are required and urgent in order to improve the quality of life and psychological well-being of workers and their families, with implications, including, on the intra and interpersonal violence, either police, domestic or social violence.
 
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Data de Publicação
2016-05-02
 
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