Introdução - A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, que se manifesta por meio de lesões na pele e nos nervos periféricos, sendo importante caracterizar o estado nutricional dos pacientes. Objetivo - Avaliar o estado nutricional de indivíduos adultos com hanseníase. Métodos - Trata-se de um estudo epidemiológico observacional do tipo transversal, com coleta de dados primários que foi desenvolvido no Hospital das Clínicas da FMUSP, Centro de Dermatologia Sanitária em São Paulo e Instituto Lauro de Souza Lima em Bauru. Para avaliar o consumo alimentar foi adotado o Inquérito Rec 24h e um questionário para caracterização das variáveis sócio-demográficas, clínicas, antropométricas e dos hábitos e práticas alimentares. Resultados - A população nos três locais foi composta por 91 pacientes, com predominância do gênero masculino e idade entre 23 a 79 anos. A maior concentração ocorreu na faixa de 40 a 59 anos que representou 43% dos pacientes. Houve predomínio do estado civil casado. A maior parte da população (41,8%) constituiu-se de trabalhadores ativos e 10% encontrava-se afastada de suas atividades, 70%, possuíam o nível fundamental incompleto e 22% eram analfabetos. Os indivíduos (80,3%) recebiam até 2 salários mínimos. A maioria da população (61,5%) não praticava atividade física. Com relação à prática alimentar 71,4% realizavam entre 3 e 4 refeições diárias. Observou-se 13,1% de obesidade (classes 1 e 2) 3,2% de baixo peso. Após o diagnóstico da doença 16,5% referiram ter deixado de comer carne de pato, porco, peixe, lingüiça e ovos, 12,1 % referiram acreditar que a alimentação provocava hanseníase e 30,8% que a alimentação poderia piorar a hanseníase. Conclusões - A população de estudo apresentou-se com baixa renda, baixa escolaridade e predomínio de pré-obesidade. Os pacientes referiram ter mudado a alimentação após o diagnóstico da doença e que alguns alimentos provocavam hanseníase. Devido às crenças e ao pouco conhecimento sobre nutrição, a avaliação e orientação nutricional são indispensáveis no tratamento e na melhoria da qualidade de vida dos portadores da Moléstia de Hansen.

lntroduction - Hansen's disease is an infect-contagious illness, of slow evolution, that itself I manifest by means of wounds in the skin and in the peripheral nerves, being important characterize the state nutritional of the patients. Objectives - Evaluate the state nutritional of adult individuals diagnosed with leprosy of both the kinds. Methods - Treats-ltself of a cross-sectional study of the cross kind, with primary fact-gathering that was developed in the Hospital of the Clinics of the FMUSP, Center of Sanitary Dermatology in São Paulo and Lauro de Souza Lima in Bauru lnstitute. For it evaluate the consumption feed was adopted the Rec 24h and a questionnaire for characterization of the clinical, partner-demographic variables, antropometrics and of the habits and practices you will feed. Results - The population in the three localities was composed for 91 patients, with predominance of the mate kind and age between 23 to 79 years. To bigger concentration occurred in the streak of 40 to 59 years that represented 43% of the patients. There was predominance of the married marital status. Most of the population (41,8%) constituted itself of active workers and 10% found itself remote of his activities, 70%, has been the incomplete fundamental level and 22% were illiterates. The individuals (80,3%) received to 2 most minimum salaries. The majority of the population (61,5%) did not practice physical activity. Regarding the practical one feed 71,4% carried out between 3 and 4 daily meals. lt observed itself 13,1% of obesity (classes 1 and 2) 3,2% of low weight. The consumption of iron, sodium, fibers and proteins differed significantly between men and women. After the diagnosis of the illness 16,5% referred to have changed his food regarding the group of the meats (duck, pig, fish, sausage) and eggs, 12,1% referred to believe that the food provoked leprosy and 30,8% that the food would be able to get worse to leprosy. Conclusions - The population of study presented itself with decrease yield, decrease schooling and predominance of pre-obesity. The patients referred to have changed the food after the diagnosis of the illness and that some sustenances provoked Hansen disease. Due to the beliefs and to the little knowledge about nutrition, the evaluation and orientation nutritional are indispensable in the handling and in the improvement of the quality of life of the bearers of the Hansen's Disease.