Objetivos: Identificar o perfil das mortes em São José dos Campos segundo sua distribuição espacial por estratos, definidos por algumas variáveis socioeconômicas. Métodos: Agregação da população do município em três estratos, de acordo com alguns indicadores socioeconômicos, considerados como determinantes das condições de vida: escolaridade e renda; foram obtidos no Censo Demográfico - 2000 (ESTATCART-IBGE). Os registros de óbito e nascido vivo foram coletados nas bases de dados SIM/SINASC (2000), da Regional Estadual DIR XXI. O georeferenciamento destes eventos ao setor censitário deu-se por meio do sistema SPRING (INPE). Nos estratos, estimaram-se os coeficientes padronizados de mortalidade e as suas discrepâncias. Resultados: Os valores dos coeficientes de mortalidade infantil e seus componentes aumentaram dos estratos de maior inserção socioeconômica para os piores, havendo maior diferencial quando considerada apenas a escolaridade; ao observar-se renda dentro da escolaridade, houve menor diferença. Relativamente às causas básicas de morte, as maiores discrepâncias surgiram para as causas externas. As agressões mostraram sobre-mortalidade nos estratos de pior inserção socioeconômica (escolaridade e renda dentro da escolaridade). Acidentes de trânsito comportaram-se com mais consistência somente quando analisados os estratos referentes à renda dentro da escolaridade. Os menores diferenciais foram detectados nas doenças crônicas, existindo alguns casos em que a expectativa se inverte, os coeficientes padronizados eram maiores nos grupos mais privilegiados. Conclusão: Evidencia-se a relevância da análise da mortalidade por nível socioeconômico, detectando a existência de diferenças; destaca-se, ainda, a pertinência desse tipo de análise espacial diante das tendências recentes do planejamento em saúde, com base territorial. Estima-se que o poder discriminatório da renda possa ser alto, em face de diferentes valores dos coeficientes relativos às categorias de maior ou menor renda. Quando analisados por escolaridade, a diferença apresenta-se atenuada, possivelmente, em razão dos aspectos de boa infra-estrutura social e de saúde que caracterizam o município.

Objective: The purpose was to identify the mortality pro file of São José dos Campos, according to its spatial distribution in strata, defined by some important socioeconomic variables. Methods: Population was aggregated in three strata, taking in account leveI of education and income (based in the Census of 2000). Data on deaths and live newborns were obtained in the Brazilian Systems of Information (SIMlSINASC), in the XXI Regional Directory. The strata distribution of these vital events was done by the SPRING System. For each stratum, standardized mortality rates were calculated and comparisons between them were done to find existing inequalities. Results: The infant mortality rate and its components got higher values in the sense of going from high level to low income and education strata, showing a stronger trend when considering only education. Taking in account the underlying causes of death, the main differences were detected for externaI causes. Homicides (aggressions) showed the highest discrepancy among strata; low level strata (less education and income) had the highest rates. Traffic accident deaths rates varied, mainly, according to income. The smaller differences among strata were found with deaths by chronicle diseases; sometimes, occurring the opposite of the expectation, higher rates were among the more educated and income strata. Conclusion: The results demonstrate the importance of the socioeconomic leveI in the occurrence of deaths, indicating that there is an important difference of death risks according to the strata. This fact shows the validity of this promising approach for decision making and planning based in geographic risk areas. Income was more important than education, and the hypotheses to explain would be that the health policies and the social structure of São José dos Campos are diminishing the gap between strata.