A Terapia de Sessão Única (TSU) é uma modalidade de atendimento em constante expansão em países como Canadá e Estados Unidos. As TSUs têm uma variedade de apresentações, podendo ser agendadas ou não, presenciais ou on-line, com variações quanto ao referencial teórico utilizado para embasar o atendimento e os campos de atuação. O que é comum a todas as configurações é que a sessão única tem começo, meio e fim, sem necessidade de outras sessões. Esse trabalho, é fruto de uma pesquisa de mestrado que utilizou a Terapia Narrativa (TSUN) como referencial teórico para realizar os atendimentos com terapeutas experientes, no contexto brasileiro, cenário este que carece de investigações para sustentar a prática e fomentar as pesquisas nessa área. O objetivo foi conhecer sobre o que a/o(s) cliente/s atendidos consideram útil/significativo acerca dos atendimentos em TSUN, buscando descrever os recursos conversacionais que a/o/s clientes consideram como importantes e os caminhos percorridos pelas terapeutas, reconhecendo a voz da/o cliente como valiosa para compreender a postura do/a terapeuta. Os atendimentos aconteceram em 2021; de forma on-line. Os clientes eram estudantes de pós-graduação com 23, 25 e 31 anos, ambos os sexos, que participaram através de convites. A pesquisa teve dois momentos distintos: o atendimento de TSUN com terapeutas narrativas, e a revisita 4 semanas depois quando o/a/s cliente/s assistiam à sessão destacando os momentos úteis/significativos, somente com a pesquisadora. Nos resultados, apresentamos resumos dos atendimentos, a estrutura conversacional das sessões de TSUN com os apontamentos pelo/a/s clientes, gráficos dos recursos utilizados ao longo das sessões com indicação dos momentos pausados e discussão. Os resultados foram agrupados em temas, nomeados com os recursos utilizados. A construção de agenda, mencionada por Marisa e Pedro foi descrita como uma forma de cuidar da conversa ou que facilitou falar na sessão. Externalização do problema e reautoria foi mencionada por todos os participantes, remembrança foi apontado por Marisa e Ricardo, conversas que enfatizam acontecimentos singulares foram apontadas por Ricardo. E, Marisa considerou as conversas de como se manter conectada com a TSU importantes para ela. Os recursos apontados foram discutidos com a teoria e literatura. Alguns recursos predominaram mais numa sessão do que em outra, e foram relacionados a atenção dada na construção do pedido inicial trazido pelo/a/s clientes/s. Os três participantes mencionaram pelo menos três recursos como significativos. A TSUN foi reconhecida como proporcionando uma escuta ativa e com foco nas expectativas dos clientes. A postura respeitosa dentro de um não saber perpassa pelos recursos mencionados. Um guia com perguntas narrativas colaborou e trouxe inspirações ao longo das sessões, enquanto a postura colaborativa contribuiu para ampliar as possibilidades de conversas. Os atendimentos terem sido realizados por duas terapeutas em coterapia pode ter sido um diferencial desse atendimento, e nesse sentido, tanto os impactos quanto a influência sobre os benefícios e desafios dessa forma de trabalho poderão ser explorados em novas pesquisas, sendo a revisita um modo que pode ser adaptada para ser utilizada como metodologia de pesquisa.

The Single Session Therapy (SST) is a growing modality of treatment in countries such as Canada and the United States. SSTs come in various forms, whether scheduled or not, in-person or online, with variations in the theoretical framework used to support the therapy and the fields of practice. What is common to all configurations is that the single session has a clear beginning, middle, and end, without the need for additional sessions. This work is the result of a master's research project that used Narrative Therapy (NT) as the theoretical framework to conduct Single Session Narrative Therapy (SSNT) with experienced therapists in the Brazilian context, a setting lacking investigations to support the practice and foster research in this area. The objective was to understand what the clients consider useful/significant about SSNT, describing the conversational resources that clients deem important and the paths taken by therapists, recognizing the client's voice as valuable to understanding the therapist's stance. The sessions took place in 2021, conducted online. The clients were postgraduate students aged 23, 25, and 31, of both sexes, who participated through invitations. The research had two distinct phases: the SSNT sessions with narrative therapists and a revisit 4 weeks later when the clients watched the session, highlighting useful/significant moments, only with the researcher. In the results, we present summaries of the sessions, the conversational structure of SSNT sessions with client annotations, graphs of the resources used during the sessions with indications of paused moments, and discussion. The results were grouped into themes named after the identified resources. Agenda construction, mentioned by Marisa and Pedro, was described as a way to care for the conversation or facilitate speaking in the session. Externalization of the problem and reauthoring was mentioned by all participants; recall was pointed out by Marisa and Ricardo, and conversations emphasizing singular events were noted by Ricardo. Marisa considered discussions on how to stay connected with SSNT important. The identified resources were discussed in relation to theory and literature. Some resources predominated more in one session than another and were related to attention given to the initial request brought by the clients. All three participants mentioned at least three resources as significant. SSNT was recognized as providing active listening and focusing on clients' expectations. The respectful stance within a state of not knowing permeates the mentioned resources. A guide with narrative questions collaborated and provided inspiration throughout the sessions, while the collaborative stance contributed to expanding conversation possibilities. The fact that the sessions were conducted by two therapists in cotherapy may have been a distinguishing feature, and in this regard, both the impacts and the influence on the benefits and challenges of this form of work could be explored in new research, with the revisit being a methodology that can be adapted for use in research.