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Thèse de Doctorat
DOI
https://doi.org/10.11606/T.59.2021.tde-21022022-115541
Document
Auteur
Nom complet
Natália Meireles Santos da Costa
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2021
Directeur
Jury
Amorim, Katia de Souza (Président)
Mietto, Gabriela Sousa de Melo
Moreira, Ana Rosa Costa Picanço
Tebet, Gabriela Guarnieri de Campos
Titre en portugais
O desenvolvimento da exploração locomotora e o processo de transição do bebê à creche: (pro)posições, negociações e percursos
Mots-clés en portugais
Bebê
Creche
Exploração
Locomotor
Transição
Resumé en portugais
A temática da exploração na Psicologia herda a tradição de estudos laboratoriais do bebê doméstico, de modo que falta a este objeto de pesquisa maior consideração da dinamicidade de contextos de convivência coletiva, sendo estes histórica e culturalmente situados. Com a crescente procura por serviços de Educação Infantil para bebês, o que traz relevo ao processo da transição, a creche emerge como palco privilegiado para o estudo das aquisições motoras e locomotoras. Portanto, o objetivo desta tese foi de investigar como se dão e como se transformam ao longo do tempo os diferentes modos de exploração motora do bebê em seu processo de transição casa-creche. Do ponto de vista do entrecruzamento e constituição mútua dos contextos, buscou-se apreender como o contexto institucional circunscreve e (co)constrói o processo da exploração com o bebê. Com base na perspectiva da Rede de Significações, bebês focais (idades 5- 10m) de três creches diferentes foram acompanhados através de Banco de Dados de um projeto ao qual este estudo se vincula. Os registros foram obtidos a partir de formulários de observação, videogravações, entrevistas e documentos referentes aos três primeiros meses de frequência. O corpus da análise foi construído a partir do mapeamento e análise microgenética de episódios de ações desdobradas frente a um desafio locomotor, o processo sendo apreendido na sua relação com o meio físico e social a ao longo da transição. Sofia passou a ter que dominar a postura sentada, constantemente proposta pela prática institucional. Seu processo exploratório foi observado através do esforço de controlar a inclinação do tronco, em tentativa de alcance dos objetos distais, e no prolongamento e complexificação de suas investidas exploratórias. Isabela teve sua exploração mais demarcada por situações interativas com coetâneos, sendo identificadas transformações na dinâmica interacional e na complexificação dos movimentos exploratórios. Já Carolina tinha sua exploração regulada pela proximidade do adulto, de modo que as professoras passaram a auxiliá-la a gradativamente sair do colo, deslocar-se por espaços externos e transitar entre recintos. Deste modo, indícios empíricos do entrelaçamento entre processos de transição e exploração foram observados através dos modos como diferentes recursos corporais, posturais e espaciais eram disponibilizados e negociados na relação bebê-instituição, na medida em que determinados modos de posicionamento e circulação eram mais encorajados ou mesmo dificultados. Neste sentido, a exploração e o fluxo interativo poderiam ser sincronizados, contrastados, facilitados ou até mesmo dificultados na medida em que era através de processos relacionais que o ambiente se tornava mais atrativo ou restritivo à exploração e que os movimentos do bebê ocorriam com maior amplitude, retraimento, confiança ou mesmo ambivalência. Portanto, a transição foi apreendida enquanto processo corporificado no aqui-agora materializado através de movimentos ambivalentes, recusas, menor mobilidade ou maior capacidade de transposição das propostas convencionadas pela instituição. Sugere-se que o planejamento da transição institucional do bebê considere particularidades como posturas e experiências corporais mais habituais, acessibilidade espacial para as diferentes condições motoras e locomotoras e que haja maior flexibilidade quanto às rotinas, espaços, objetos, tempos e relações.
Titre en anglais
The development of locomotor exploration and infants' transition to ECEC settings: (pro)positions, negotiations and pathways
Mots-clés en anglais
ECEC
Exploration
Infant
Transition
Resumé en anglais
The theme of exploration in Psychology inherits the tradition of laboratory studies, which privilege the domestic baby and frequently overlook the historically and culturally situated nature of collective contextual dynamics. With the growing demand for early childhood education and care services for babies, trend that enhances the transition process, ECEC settings emerge as privileged stages for the study of motor and locomotor acquisitions. Therefore, this dissertation aimed to investigate how the different modes of locomotor exploration emerge and transform throughout the home-ECEC transition process. Seeking to apprehend the intersection and mutual constitution of contexts and experiences, the goal was to analyze how the institutional context affords and constrains the process of (co) building the exploration process with the baby. Based on the perspective of the Network of Meanings, focus infants (ages 5-10m) from three different ECEC centers were monitored through the Database from a larger project to which this study is linked. Empirical records were obtained from observation forms, video recordings, interviews and documents referring to the three initial months of attendance. The corpus of the analysis was built from the mapping and microgenetic analysis of episodes of actions unfolded in scenarios of locomotor challenges, the process being apprehended in its relationship with the physical and social environment throughout the transition process. Sofia began to have to master the sitting posture, constantly proposed by institutional practice. Her exploratory process was observed through the effort of controlling trunk leaning in attempts to reach for distal objects and in the prolongation and complexity of her exploratory flow. Isabela's exploration took place mostly in interactive situations with peers and interactional dynamics were shown to be intertwined with the complexification of her exploratory movements. Carolina, on the other hand, had her exploration regulated by the proximity of the adult, so relational and spatial strategies involving educators were key in her gradually directing her off the lap, and allowing her to move through outdoor spaces and between rooms. Hence, findings bring empirical evidence of the intertwining between transition processes and exploration through different ways in which varied bodily, postural and spatial resources were made available and negotiated in the infant-institution relationship, as certain modes of positioning and circulation were more encouraged or even hampered. In this sense, exploration and interactive flow could take place as movements that were synchronized, contrasted, facilitated or even hindered; relational processes mediated how the environment became more attractive or restrictive to exploration according to how infants' movements occurred with greater amplitude, withdrawal, confidence or even ambivalence. Therefore, the transition was apprehended as an embodied process in the here-now that became materialized through movements of ambivalence, refusal, restricted mobility or greater capacity to transpose institutional delimitation. We suggest that the planning of the institutional transition in early years should take into account infants' particularities, such as postures and more usual bodily experiences, spatial accessibility for a larger range of mobility (or non-mobility), alongside greater flexibility in terms of routines, spaces, objects, times and relationships.
 
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Date de Publication
2022-02-21
 
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