A psoríase, uma patologia dermatológica sem etiologia definida, vem sendo objeto de vários estudos que enfatizam suas características psicossomáticas. Objetiva-se, no presente trabalho, caracterizar aspectos psicológicos de pacientes com psoríase avaliando, através do uso de entrevistas e inventários, o funcionamento mental, a suscetibilidade a situações estressantes e a adaptação psicossocial, destacando-se as variáveis gênero, idade e peculiaridades clínicas da doença. Foram avaliados 60 pacientes, com diagnóstico médico de psoríase, idade entre 20-50 anos, de ambos os sexos, em seguimento no Ambulatório de Dermatologia do HC da FMRP-USP. Procedeu-se a avaliação individual dos pacientes através de uma entrevista semi-estruturada, do Inventário de Sintoma de Estresse (ISS), Inventário Simplificado de Personalidade (ISP), Inventário de Qualidade de Vida (PDI), sendo os dados complementados com a análise de prontuários médicos. Os protocolos foram cotados, segundo as normas de cada instrumento, procedendo-se ainda a leitura e categorização das informações das entrevistas e prontuários. Posteriormente, procedeu-se a quantificação e ao tratamento estatístico dos dados. Os resultados indicaram que 76.7% dos pacientes apresentaram indicadores de elevado nível de estresse, 83.3% indicadores de desvios de personalidade e uma diversidade de dificuldades de adaptação psicossocial envolvendo principalmente as áreas de atividades rotineiras, lazer e relacionamentos superficiais. Na análise comparativa não se observou diferenças entre os sexos. Contudo, observou-se maior nível de defensividade na faixa etária de 31-40 anos (p<0.05), o tempo de doença de 1-10 anos mostrou-se relacionado a maiores dificuldades emocionais (p<0.05); a extensão e tipo de manifestação psoriática, os sintomas de estresse nas fases de alerta e exaustão, e os desvios de Insanidade e Neuroticidade mostraram-se associados a prejuízos em áreas específicas da adaptação psicossocial, compreendendo atividades rotineiras, relações pessoais e lazer.

Psoriasis, a dermatological disease without a definite etiology, has become the object of several studies in psychosomatic approaches. This study aims to characterize psychological aspects of 60 patients with the diagnosis of psoriasis. The sample consisted of men and women aging 20 to 50 years old, in follow up treatment in the Dermatology department of the University Hospital, Faculty of Medicine, University of São Paulo, in the city of Ribeirão Preto. The patients' mental functioning, sensibility to stressing situations and psychosocial adaptation were evaluated through interviews and inventories. Sex, age and disease particularities were considered as variables in this study. The individual evaluation was carried out through a semi-structured interview, Stress Symptoms Inventory (ISS), Simplified Personality Inventory (ISP), Life Quality Inventory (PDI). Complementary data were taken from patients' medicai records. The protocols were rated according to the normalization of each instrument, and the data in the patients' medical records were categorized. The data were quantified and then processed statistically. High level of stress was detected in 76.7% of the patients and 83.3% had personality deviations. A diversity of difficulties in psychosocial adaptation was detected, specially related to everyday activities, superficial relationships and leisure. No differences in comparative analysis between sexes were observed. However, there was a higher level of defensiveness (p<0.05) in the 31-40-year-old band; the 1-10 year disease span was related to higher emotional difficulties (p<0.05). The type and extension of psoriatic manifestation, the stress symptomsin alert and exhaustion occasions, the insane and neurotic deviations were associated to losses in specific areas of psychosocial adaptation, among which are everyday activities, personal relationship and leisure.