Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.59.2016.tde-01082016-151502
Documento
Autor
Nome completo
Maria Lúcia Piccinato Fatureto
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
Ribeirão Preto, 2016
Orientador
Banca examinadora
Lorenzi, Carla Guanaes (Presidente)
Moscheta, Murilo dos Santos
Webster, Clarissa Mendonça Corradi
Título em português
Sentidos construídos com equipes de saúde mental sobre o cotidiano das internações compulsórias
Palavras-chave em português
Construcionismo social
Grupos focais.
Internação compulsória de doente mental,Pessoal de saúde
Práticas em saúde mental
Resumo em português
Nos últimos anos, a problemática das internações psiquiátricas compulsórias, isto é, aquelas determinadas por medida judicial, tem sido amplamente discutida, dando visibilidade a algumas tensões que atravessam esse campo. Entre outros aspectos, debates têm sido desenvolvidos sobre temas como liberdade, autonomia e direito, e, numa esfera mais específica, sobre a própria legitimidade e efetividade dos atendimentos nesses casos. Estas tensões trazem importantes desafios aos profissionais de saúde mental, os quais precisam, em seu cotidiano, encontrar respostas criativas para o adequado cuidado das pessoas que chegam aos serviços psiquiátricos via processos de internação compulsória. Em revisão da literatura nos deparamos com alguns estudos que discutem os tratamentos compulsórios na perspectiva dos usuários, mas percebemos uma lacuna em relação à perspectiva dos profissionais nesse mesmo contexto. Este estudo tem como objetivo compreender como as equipes de saúde mental significam o trabalho no cotidiano das internações psiquiátricas compulsórias, bem como compreender como esse trabalho se desenvolve, explorando tanto os desafios como os recursos usados pelas equipes profissionais para o desenvolvimento do cuidado nesse contexto. O corpus de análise foi constituído a partir de entrevistas semiestruturadas no formato de grupos focais e entrevistas individuais, que foram gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas na íntegra. A análise envolveu a construção de eixos temáticos, para os quais se buscou compreender a diversidade de sentidos produzidos e possíveis implicações dos mesmos para a produção de práticas em saúde mental. Foram construídos cinco eixos temáticos: 1) IPC como tratamento; 2) Sentidos sobreo uso da IPC e suas implicações; 3) IPC, relações familiares e tratamento; 4) IPC e RAPS; e 5) Sugestões dos profissionais para contribuições no campo da saúde mental. Concluímos que não existem terapêuticas ou práticas distintas para paciente em IPC, mas que dificuldades para conceder alta aos pacientes, sobretudo em função da necessária relação com o judiciário, cria desafios e impõe limites terapêuticos para os pacientes e profissionais. A partir disso, discutimos a valorização das IPC em detrimento às alternativas de cuidado ambulatorial e comunitário, e de que forma isso se reflete na efetivação da Rede de atenção psicossocial. (Apoio financeiro: Capes).
Título em inglês
Meaning construction among mental health professionals about commitment of mentally ill.
Palavras-chave em inglês
Compulsory hospitalization of mentally ill
Focus groups
Health personnel
Mental health practices
Social constructionism
Resumo em inglês
In recent years, the issue of compulsory psychiatric hospitalizations, for example, those determined by judicial order, has been widely discussed, giving visibility to some tensions that run through this field. Among other things, discussions have been developed on topics such as freedom, autonomy and rights, and on a more specific level, the legitimacy and effectiveness of care in such cases. These tensions bring about some important challenges to mental health professionals, who need in their daily lives, to find creative answers to provide the proper care for the people who come to psychiatric services via compulsory admission processes. In the literature review we came across a few studies that discuss the compulsory treatment from the perspective of users, but we noticed a gap in relation to the perspective of professionals in this same context. This study aims to understand what kind of meaning mental health professionals make in the day to day work during compulsory psychiatric hospitalizations, as well as understand how this work develops, exploring both the challenges and the resources used by professional teams for the development of care in this context. The corpus analysis was made from semi-structured interviews in the form of focus groups and individual interviews, which were audio recorded and later fully transcribed. The analysis involved the construction of themes, for which it sought to understand the diversity of meanings produced and their possible implications in the production of mental health practices. Five themes were built: 1) Compulsory psychiatric hospitalizations as treatment; 2) Senses on the use of compulsory psychiatric hospitalizations and its implications; 3) Compulsory psychiatric hospitalizations, family relationships and treatment; 4) Compulsory psychiatric hospitalizations and Network of Psychosocial Attention; 5) The suggestions of the professionals for contributions in the field of mental health. We conclude that there are no therapeutic or different practices for patients in compulsory psychiatric hospitalization, however the difficulty to grant discharge to patients, mainly due to the necessary relation with the judiciary, creates challenges and imposes therapeutic limits for patients and professionals. Based on this, we discussed the valuation of Compulsory Psychiatric Hospitalization over the ambulatory and community care alternatives, and how this is reflected in the effectiveness of the Network of Psychosocial Attention. (Financial support: Capes).
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Data de Publicação
2016-11-30