The order Plecoptera is composed of aquatic insects that inhabit mainly low and medium-order lotic environments, which are also important indicators of environmental quality. Among the plecopterans, the Perlidae family has the largest number of known species (about 30%) and is also the most diverse in the Neotropical Region and in Brazil. In Brazil, the family is represented by the genera Anacroneuria, Enderleina, Kempnyia, and Macrogynoplax. Despite recent advances in the study of Brazilian perlids, shortfalls in knowledge about diversity remain present. In this study, we studied the Brazilian fauna of Perlidae (Plecoptera) in order to reduce biodiversity shortfalls, especially the Linnean (lack of knowledge about existing species) and Wallacean shortfalls (lack of knowledge about the geographic distribution of species). Here, we describe six new species of Perlidae: Anacroneuria duarte sp. nov., A. sallesi sp. nov., Enderleina castro sp. nov., Kempnyia guarani sp. nov., K. tupiniquim sp. nov., and K. zwicki sp. nov. We proposed the synonymy of Kempnyia sordida with K. obtusa, we recorded for the first time Anacroneuria pakitza and Macrogynoplax yupanqui in Brazil, we performed several new records in different states, and we count several new occurrence points for dozens of species. In addition, we organized all the existing taxonomic knowledge about Perlidae from Brazil, generating a list with information on described semaphoronts and scientific articles that cited the 152 known species. Through the compiled occurrence data, we were able to discuss the sampling effort carried out from a political and phytogeographic perspective, highlighting the need to continue to expand the sampled locations. We also discussed the difficulties faced by the taxonomy of Perlidae from Brazil, highlighting the presence of problematic species, the difficult species delimitation, impediments in the association of nymphs, and the few phylogenetic, biogeographic, and ecological studies. We conclude by presenting the perspectives of future studies on Brazilian perlids.

A ordem Plecoptera é composta por insetos aquáticos habitantes de ambientes lóticos de baixas e médias ordens, sendo também importantes indicadores de qualidade ambiental. Dentre os plecópteros, a família Perlidae possui o maior número de espécies conhecidas (cerca de 30%), sendo também a mais diversa da Região Neotropical e do Brasil. No Brasil, a família é representada pelos gêneros Anacroneuria, Enderleina, Kempnyia e Macrogynoplax. Apesar dos recentes avanços no estudo dos perlídeos brasileiros, os déficits no conhecimento sobre a diversidade permanecem bastante presentes. Neste estudo, nós estudamos a fauna brasileira de Perlidae (Plecoptera) com o objetivo de reduzir os déficits da biodiversidade, especialmente o déficit Linneano (limitação do conhecimento sobre as espécies existentes) e o déficit Wallaceano (limitação do conhecimento sobre a distribuição geográfica das espécies). Aqui, nós descrevemos seis novas espécies de Perlidae: Anacroneuria duarte nov. sp., A. sallesi nov. sp., Enderleina castro nov. sp., Kempnyia guarani nov. sp., K. tupiniquim nov. sp. e K. zwicki nov. sp. Propomos a sinonímia de Kempnyia sórdida com K. obtusa, registramos a primeira ocorrência de Anacroneuria pakitza e Macrogynoplax yupanqui para o Brasil, obtivemos diversos novos registros para diferentes estados e contabilizamos inúmeros novos pontos de ocorrência para dezenas de espécies. Além disso, organizamos todo o conhecimento taxonômico existente sobre Perlidae do Brasil, gerando uma lista com informações sobre semaforontes descritos e artigos científicos que citam as 152 espécies conhecidas. Através dos dados de ocorrência compilados, foi possível discutir o esforço amostral realizado, considerando uma perspectiva política e fitogeográfica, evidenciando a necessidade de continuar a expandir os locais amostrados. Discutimos também sobre as dificuldades existentes na taxonomia de Perlidae do Brasil, evidenciando a presença de espécies problemáticas, a difícil delimitação de espécies, impedimentos na associação de ninfas, e os poucos estudos filogenéticos, biogeográficos e ecológicos. Finalizamos apresentando as perspectivas dos próximos estudos sobre os perlídeos brasileiros.