A etiologia dos defeitos de desenvolvimento de esmalte (DDE) ainda não está completamente elucidada, especialmente em relação à associação de desfechos gestacionais que têm sido associados ao DDE. O objetivo deste estudo é testar a hipótese de associação entre prematuridade (PT) e restrição de crescimento intrauterino (RCIU) no desenvolvimento de DDE na dentição decídua de crianças pertencentes ao estudo de coorte prospectiva BRISA (Brazilian Cohort Study from Ribeirão Preto and São Luis) realizado na cidade de Ribeirão Preto. O estudo incluiu avaliações ao nascimento e quando as crianças possuíam entre 13 meses e 32 meses de idade, momento em que exames odontológicos um examinador calibrado (Kappa > 0.80). Os exames odontológicos foram restritos a uma subamostra com sobre amostragem de prematuros e baixo peso. Para este estudo apenas crianças de nascimentos únicos e que participaram do seguimento e que possuíam pelo menos 4 dentes erupcionados (n= 2252). O desfecho (DDE) foi avaliado segundo o índice de DDE modificado. As exposições de interesse neste estudo serão a PT (nascimento com idade gestacional < 37 semanas) e a RCIU estimado pela Razão de Crescimento Fetal < 0.85. As variáveis incluídas para ajuste foram selecionadas por meio de diagrama causal acíclico direcional (DAG) o que resultou na seleção dos seguintes fatores de confusão: anemia e diabetes gestacional, exposição ao tabaco durante a gestação e nível socioeconômico e educacional. Todas as análises estatísticas foram realizadas considerando os pesos amostrais e a associação entre PT/RCIU e DDE foram estudadas por meio de regressão de Poisson com ajuste de estimadores robustos para estimação de Risco Relativo. Foi observado que embora prematuridade e RCIU desassociados não aumentaram significativamente a incidência de DDE, crianças nascidas prematuras e também restritas apresentaram aumento significativo de DDE (RR = 2,87; 95% CI: 1,57 - 5,25).

The etiology of developmental enamel defects (DDE) is not yet fully elucidated, especially regarding the association of gestational outcomes that have been associated with DDE. The aim of this study was to test the hypothesis of an association between prematurity (PT) and intrauterine growth restriction (IUGR) in the development of DDE in the primary dentition of children belonging to the prospective cohort study BRISA (Brazilian Cohort Study from Ribeirão Preto and São Luis) held in the city of Ribeirão Preto. The study included assessments at birth and when the children were between 13 to 32 months of age, when dental examinations were performed by a calibrated examiner (Kappa > 0.80). Dental examinations were restricted to a subsample with an oversampling of preterm and low birth weight infants. For this study, we included only singletons who participated in the follow-up and who had at least 4 erupted teeth (n= 2252). The outcome (DDE) was evaluated according to the modified DDE index. The exposures of interest in this study were PT (birth at gestational age < 37 weeks) and IUGR estimated by Fetal Growth Ratio < 0.85. The adjustment variables were selected using a directional acyclic causal diagram (DAG) and included anemia and gestational diabetes, exposure to tobacco during pregnancy, and maternal socioeconomic and educational level. All statistical analyzes were performed considering the sample weights and the association between PT/IUGR and DDE was studied by means of Poisson regression with adjustment of robust estimators for the estimation of Relative Risk. It was observed that although prematurity and disassociated IUGR did not significantly increase the incidence of DDE, children born preterm and also restricted showed a significant increase in DDE (RR = 2.87; 95% CI: 1.57 - 5.25).