O objetivo do presente estudo in vitro foi comparar elásticos ortodônticos intermaxilares dos tipos látex e não látex (Dentaurum, Newtown, PA, EUA, diâmetro 3/16'', de força média) por meio da quantificação da endotoxina bacteriana aderida, avaliação da rugosidade superficial, análise qualitativa da micromorfologia superficial e da avaliação da força e do diâmetro interno desses elásticos, após ensaio de deformação. Para a quantificação da endotoxina bacteriana, efetuada por meio do teste QCL-1000(TM) em leitor de ELISA, os elásticos ortodônticos foram divididos em 5 grupos conforme segue: Grupos experimentais: elásticos ortodônticos intermaxilares do tipo látex (n=12) e não-látex (n=12), contaminados por 24 horas pela solução de endotoxina previamente preparada; Grupos Controles Negativos: elásticos ortodônticos intermaxilares do tipo látex (n=6) e não-látex (n=6) retirados de suas embalagens originais, sem contaminação pela solução de endotoxina e; Grupo Controle Positivo (n = 6): corpos de prova de aço inoxidável (réplicas metálicas), contaminados pela solução de endotoxina. Os valores foram obtidos em UE/mL e transformados em escores para análise estatística. Paralelamente, uma análise descritiva qualitativa da micromorfologia estrutural (n=6 elásticos de cada tipo látex e não látex) e análise quantitativa da rugosidade superficial (valores em µm) (n=10 elásticos de cada tipo) foram realizadas em microscopia confocal a laser. Essas análises foram realizadas no tempo 0 e após 24 e 72 horas em ensaio de deformação. Da mesma forma, foi realizada avaliação da força (valores em g) e do diâmetro interno (valores em mm) de ambos os tipos de elásticos (n=10), nos períodos de 0, 24 e 72 horas, por meio de um dinamômetro e um paquímetro digital, respectivamente. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico GraphPad Prism® 5, por meio dos testes Shapiro Wilk, Kruskal-Wallis, Dunn, ANOVA e Bonferroni, sendo o nível de significância de 5% adotado para todas as análises. De acordo com os resultados obtidos observou-se que a endotoxina bacteriana se aderiu em ambos os elásticos testados, sem diferença estatisticamente significante entre elásticos látex, não látex e réplicas de aço inoxidável (p>0,05). A microestrutura da superfície de ambos os elásticos apresentou irregularidades e porosidades, inicialmente e nos períodos de 24 e 72 horas após ensaio de deformação. Após 24 horas, a rugosidade superficial dos elásticos do tipo látex foi significantemente menor em comparação aos elásticos do tipo não látex (p<0,001), enquanto que no período de 72 horas os valores foram semelhantes para ambos os tipos (p>0.05). Com relação à força, os elásticos do tipo não látex apresentaram valores significativamente maiores, em comparação aos do tipo látex, nos períodos de 0, 24 e 72 horas (p<0,05), apesar de ambos os elásticos terem apresentado uma redução dessa força ao longo do tempo. Por outro lado, apesar dos valores inicias semelhantes, os elásticos do tipo não látex apresentaram diâmetro interno significativamente maior do que os de látex nos períodos de 24 e 72 horas (p<0,001), sendo observado um aumento significativo do diâmetro interno (p<0,01) em ambos os tipos, com o tempo. Com base nas metodologias utilizadas e nos resultados obtidos no presente estudo in vitro, pôde-se concluir que: a) a endotoxina foi aderida em ambos os tipos de elásticos, sem diferença significante entre eles, evidenciando a alta afinidade por esses materiais; b) a microestrutura da superfície de ambos os elásticos apresentou irregularidades, inicialmente e nos períodos de 24 e 72 horas após ensaio de deformação; c) os elásticos não látex apresentaram maiores valores de força, porém a perda ocorreu nos dois tipos e; d) a deformação do diâmetro interno foi maior nos elásticos do tipo não látex.

The aim of this in vitro study was to compare latex and non-latex intermaxillary orthodontic elastics (Dentaurum, Newtown, PA, USA, 3/16 '' diameter, medium strength) through the quantification of the adhered bacterial endotoxin, evaluation of the surface roughness, qualitative analysis of the superficial micromorphology and the evaluation of the force and internal diameter of these elastics, after deformation test. For the quantification of bacterial endotoxin, performed using the QCL-1000 (TM) test in an ELISA reader, the orthodontic elastics were divided into 5 groups as follows: Experimental groups: latex (n = 12) and non-latex (n = 12) intermaxillary orthodontic elastics, contaminated for 24 hours by the previously prepared endotoxin solution; Negative Control Groups: latex (n = 6) and non-latex (n = 6) intermaxillary orthodontic elastics removed from their original packaging, without contamination by the endotoxin solution and; Positive Control Group (n = 6): stainless steel specimens (metallic replicates), contaminated by the endotoxin solution. The values were obtained in UE / mL and transformed into scores for statistical analysis. In parallel, a qualitative descriptive analysis of the structural micromorphology (n = 6 elastics of each latex and non-latex type) and quantitative analysis of surface roughness (values in µm) (n = 10 elastics of each type) were performed using confocal laser microscopy. These analyzes were performed at time 0 and after 24 and 72 hours in a strain test. Likewise, an evaluation of the force (values in g) and the internal diameter (values in mm) of both types of elastics (n = 10) was performed in the periods of 0, 24 and 72 hours, by means of dynamometer and digital caliper, respectively. Data were analyzed using the GraphPad Prism® 5 statistical program, using the Shapiro Wilk, Kruskal-Wallis, Dunn, ANOVA and Bonferroni tests, with a significance level of 5% adopted for all analyzes. According to the results obtained, it was observed that the bacterial endotoxin adhered to both tested elastics, with no statistically significant difference between latex, nonlatex and stainless steel replicates (p> 0.05). The microstructure of the surface of both elastics showed irregularities and porosities, initially and in the periods of 24 and 72 hours after strain test. After 24 hours, the surface roughness of the latex elastics was significantly lower compared to non-latex elastics (p <0.001), while in the 72 hours period the values were similar for both types (p> 0.05). Regarding force, the non-latex elastics showed significantly higher values, compared to the latex types, in the periods of 0, 24 and 72 hours (p <0.05), although both elastics have shown a reduction in force over time. On the other hand, despite similar initial values, the non-latex elastics had a significantly larger internal diameter than those of latex in the periods of 24 and 72 hours (p <0.001), with a significant increase in the internal diameter (p <0.01) in both types, through the time. Based on the methodologies used and the results obtained in the present in vitro study, it was concluded that: a) the endotoxin was adhered to both types of elastics, with no significant difference between them, evidencing the high affinity for these materials; b) the microstructure of the surface of both elastics showed irregularities in all periods; c) the non-latex elastics showed higher force values, however, the loss occurred in both types and; d) the deformation of the internal diameter was greater in the elastics of the non-latex type.