Na pesquisa periodontal diversos modelos animais são utilizados para investigar a interação hospedeiro-bactéria e avaliar a etiopatogenia da periodontite. Nesta revisão, abordamos as diferenças metodológicas e seus diferentes desfechos periodontais e sistêmicos na tentativa de esclarecer dúvidas e auxiliar a comunidade científica a escolher com mais precisão o modelo mais adequado ao objetivo do estudo a ser realizado. Objetivo: Teve como objetivo resumir e comparar o impacto local e sistêmico de diferentes modelos de periodontite experimental em camundongos. Métodos: Definida a estratégia PICO, foi realizada em seguida a busca de artigos na língua inglesa seguindo as diretrizes do PRISMA nas bases de dados PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, Cochrane e LILACS. A estratégia de busca forneceu um total de 8.815 artigos, dos quais foram selecionados estudos experimentais comparando os efeitos locais e/ou sistêmicos de dois ou mais modelos para a indução de periodontite experimental em camundongos de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Após a seleção, 7 artigos que atenderam aos critérios de inclusão para a revisão. Foram analisadas diferenças entre os seguintes modelos experimentais de periodontite em camundongos: ligadura (LIG), gavagem (GAV), injeção de bactérias (I-bact), ligadura embebida em bactérias (LIGbact) e associação entre eles. Conclusão: Embora a maioria dos modelos experimentais de periodontite sejam eficientes em causar perda óssea alveolar, existem diferenças em suas características. Na LIG, um processo agudo se estabelece e o hospedeiro tende a se reparar, diminuindo a significância dessa perda ao longo do tempo. Nos modelos em que o desafio bacteriano é adicionado (LIGbact, LIGPg, GAV ou I-bact) a perda óssea parece ser significativa com maior tempo de indução, indicando a presença de uma condição crônica. Com relação aos desfechos sistêmicos a GAV apresentou maior potencial de modulação da resposta do hospedeiro com alterações inflamatórias sistêmicas mostrando-se ser mais promissor quando pretende estudar a relação entre periodontite e doenças sistêmicas crônicas.

In periodontal research are used several animal models to investigate the host-bacteria interaction and evaluate the etiopathogenesis of periodontitis. This review addressed the methodological differences and their different periodontal and systemic outcomes in an attempt to clarify doubts and help the scientific community to make a more accurate choice about the most appropriate model according to the objective of each proposed study. Objective: The objective was to summarize and compare the local and systemic impact of different models of experimental periodontitis in mice. Methods: Once the PICO strategy was defined, a search for articles in English was carried out following the PRISMA guidelines in PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, Cochrane and LILACS databases. The search strategy provided 8,815 articles, from which experimental studies were selected comparing the local and/or systemic effects of two or more models for the induction of experimental periodontitis in mice according to the inclusion and exclusion criteria. Results: After selection, 7 articles that met the inclusion criteria for the review. Were analyzed differences between the following experimental models of periodontitis in mice: ligation (LIG), gavage (GAV), injection of bacteria (I-bact), ligation embedded in bacteria (LIGbact) and association between them. Conclusion: Although most experimental models of periodontitis are efficient in causing alveolar bone loss, there are differences in their characteristics. In LIG, an acute process is established and the host tends to repair itself, decreasing the significance of this loss over time. In models where bacterial challenge is added (LIGbact, LIGPg, GAV or I-bact) bone loss appears to be significant with longer induction time, indicating the presence of a chronic condition. Regarding systemic outcomes, GAV showed greater potential for modulating the host's response with systemic inflammatory changes, proving to be more promising when studying the relationship between periodontitis and chronic systemic diseases.