A doença de Crohn é uma doença inflamatória crônica que se manifesta principalmente na região intestinal, se não tratada, a doença pode evoluir para quadros mais graves como a cirurgia de remoção total ou parcial do cólon ou intestino. Por se tratar de uma doença crônica, estudar os fatores de risco que podem piorar o quadro clínico do paciente, pode ajudar a melhorar a qualidade das pessoas que receberam tais diagnósticos e precisam conviver com Crohn para o resto de suas vidas. Modelos de sobrevida são comumente utilizados para encontrar associação entre informações de hábitos de vida e de saúde dos pacientes e a progressão dessas doenças. Porém, os modelos de sobrevivência convencionais pré-supõe que, para tempos suficientemente longos, todos os indivíduos terão sofrido o evento de interesse, caso contrário serão censurados. Além disso, estes modelos não se ajustam a indivíduos com tempo de sobrevida iguais a zero. Desta forma, pacientes que fazem a cirurgia no mesmo dia em que recebem o diagnóstico ou pacientes que nunca irão realizar cirurgia não são considerados nestes modelos. Em casos de estudos com pacientes diagnosticados com Crohn, ambas características podem estar presentes e, por este motivo, é necessário utilizar um modelo que se ajuste a inflação de zero e aos dados de longa duração. Esta dissertação propõe a utilização do modelo de sobrevivência chamado modelo Weibull Inflacionado de Zero de Longa Duração ou W-ZICR, para conseguir estimar corretamente as proporções de indivíduos curados e as proporções de indivíduos com tempos iguais a zero. O modelo foi aplicado para avaliar o risco e a sobrevida dos pacientes diagnosticados com doença de Crohn que fizeram acompanhamento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. De forma geral, concluiu-se que pacientes que fizeram uso de corticoide, pacientes fumantes, pacientes com forma da doença B2 ou B3 e pacientes com localização da doença L3 ou L4 possuem sobrevida menor e risco maior de realizar cirurgia quando comparados aos demais. Além disso, o modelo utilizado se ajustou bem aos dados inflacionados de zero e se mostrou uma excelente ferramenta para estudar pacientes diagnosticados com doença de Crohn.

Crohns disease is a chronic inflammatory disease that manifests itself mainly in the intestinal region, if left untreated, the disease can progress to more serious conditions such as surgery to remove all or part of the colon or intestine. As it is a chronic disease, studying the risk factors that can worsen the patients clinical condition can help improve the quality of people who have received such diagnoses and need to live with Crohns for the rest of their lives. Survival models are commonly used to find an association between information on patients lifestyle and health habits and the progression of these diseases. However, conventional survival models presuppose that, for sufficiently long times, all individuals will have suffered the event of interest, otherwise they will be censored. In addition, these models do not fit individuals with zero survival times. Thus, patients who have surgery on the same day they receive the diagnosis or patients who will never undergo surgery are not considered in these models. In case studies with patients diagnosed with Crohns, both characteristics may be present and, for this reason, it is necessary to use a model that fits zero inflation and long-term data. This dissertation proposes a survival model called the Long Term Zero Inflated Weibull model or W-ZICR, which can correctly estimate the proportions of cured individuals and the proportions of individuals with times equal to zero. The model was applied to assess the risk and survival of patients diagnosed with Crohns disease who were followed up at the Hospital das Clínicas in Ribeirão Preto. In general, it was concluded that patients who used steroids, smokers, patients with B2 or B3 Montreal B-category and patients with L3 or L4 Montreal L-category have a lower survival rate and a higher risk of undergoing surgery when compared to the others. In addition, the proposed model adjusted well to zero-inflated data and proved to be an excellent tool for studying patients diagnosed with Crohns disease.