Introdução - Os programas de uso racional de antimicrobianos são considerados um pilar para fortalecer os cuidados de saúde em todos os níveis, desde a atenção primária até a terciária. No entanto, estima-se que 20% a 50% das prescrições estão incorretas, o que pode levar ao desenvolvimento de microrganismos multirresistentes, eventos adversos, mortalidade, morbidade e aumento de custos. Os farmacêuticos desempenham um papel importante na melhoria do uso de antimicrobianos, são considerados o cerne do programa. Objetivo - investigar em que medida os farmacêuticos participam dos programas de uso racional de antimicrobianos no estado de São Paulo. Método - estudo transversal incluindo unidades de terapia intensiva do estado de São Paulo. Os hospitais participantes receberam um convite com um questionário estruturado, entre junho 2022 a setembro de 2022. O formulário é dividido em 6 delineadores contendo 69 questões. O estudo foi realizado em parceria entre a Universidade de São Paulo e a Secretaria de Saúde do estado de São Paulo. Resultados - A taxa de resposta foi de 30% (89/300 hospitais). Pouco mais de um terço das instituições respondedoras são públicas 36%. Uma das características dos hospitais é que 78% possuem um documento formal estabelecendo um programa de uso racional de antimicrobianos e 98% das instituições são atendidas por laboratório de microbiologia clínica. A divulgação do resultado o PURA para os profissionais ocorre somente em 43 (48%) das instituições. Os protocolos e diretrizes que contribuem para a orientação no uso de antimicrobianos são definidos em 83% das instituições. O monitoramento do consumo de antimicrobianos e das bactérias multirresistentes ocorre em 84 (94%) e 87 (98%), respectivamente. Apenas 47 (53%) dos farmacêuticos compõem o SCIH e atuação direta do farmacêutico no gerenciamento de uso de antimicrobianos foi observada em 53 (60%) das instituições. Discussão/conclusão - A maioria dos hospitais possuem um programa de uso racional de antimicrobianos formal e farmacêuticos clínicos com experiência em doenças infecciosas. Ainda assim, observamos oportunidades para ampliar a inserção em ações de uso racional e adequado de antimicrobianos. Esses dados são ferramentas importantes para subsidiar políticas para fortalecer o papel dos farmacêuticos nos hospitais, bem como o desenvolvimento de estratégias educacionais

Background - Programs for the rational use of antimicrobials are considered a pillar to strengthen health care at all levels, from primary to tertiary care. However, it is estimated that 20% to 50% of prescriptions are spontaneous, which can lead to the development of multidrugresistant microorganisms, adverse events, mortality, morbidity and increased costs. Pharmacists can play an important role in improving the use of antimicrobials. Objective - We aimed to investigate the extent to which pharmacists participate in programs for the rational use of antimicrobials in the state of São Paulo. Method - This is a cross-sectional study including intensive care units in the state of São Paulo. Participating hospitals received an invitation with one participant, between June 2022 and September 2022. The form is divided into 6 outlines containing 69 questions. The study was carried out in partnership between the University of São Paulo and the São Paulo State Health Department. Results - The response rate was 30% (89/300 hospitals). Just over a third of responses are public 36%. One of the characteristics of the hospitals is that 78% have a formal document establishing a program for the rational use of antimicrobials and 98% of the institutions are served by a clinical microbiology laboratory. The dissemination of the PURA result to professionals occurs only in 43 (48%) of the institutions. The protocols and guidelines followed for guidance on the use of antimicrobials are defined in 83% of the institutions. Monitoring consumption of antimicrobials and multidrug-resistant bacteria occurs in 84 (94%) and 87 (98%), respectively. Only 47 (53%) of the pharmacists with SCIH and the pharmacist's direct role in managing the use of antimicrobials were observed in 53 (60%) of the institutions. Discussion/conclusion - Most hospitals have a formal antimicrobial stewardship program and clinical pharmacists with expertise in infectious disease. Even so, we observe opportunities to expand the insertion of actions for the rational and appropriate use of antimicrobials. These data are important tools to support policies to strengthen the role of pharmacists in hospitals, as well as the development of educational strategies