INTRODUÇÃO: Os distúrbios aerodigestivos estão entre as principais causas de morte em todo o mundo. Impactam vidas sociais, econômicas, na saúde e na qualidade de vida. Atualmente, tem se discutido sobre os distúrbios aerodigestivos e que esses podem causar alterações na deglutição, voz e/ou função das vias aéreas. Mas pouco se discute sobre as características encontradas e o que fazer para seu tratamento. OBJETIVO: Analisar a efetividade de um programa terapêutico fonoaudiológico para reabilitação da disfagia para a população estudada de Distúrbios Aerodigestivos. MÉTODO: Participaram da pesquisa indivíduos encaminhados para o Ambulatório de Disfagia da Divisão de Fonoaudiologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com diagnóstico de Distúrbio Aerodigestivo, para avaliação e tratamento fonoaudiológico, no período de janeiro de 2022 a junho de 2023, com idade superior a 18 anos. Os pacientes passaram por uma triagem utilizando o protocolo PARD (Protocolo fonoaudiológico de avaliação do risco para disfagia) e o Mini Exame Estado Mental (MEEM), todos participantes que passaram foram submetidos à avaliação pré e após intervenção fonoaudiológica (sendo um plano terapêutico desenvolvido para a população estudada) e após 6 meses, com o Protocolo de Introdução e transição alimentar (PITA), classificação da deglutição pela escala ASHA NOMS, Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores Expandido (AMIOFE-E), Protocolo Qualidade de Vida em Disfagia (SWAL-QOL) e Eletromiografia de Superfície (EMGs) em região supra hióidea na tarefa de deglutição de saliva em diferentes volumes de água. RESULTADOS: Em relação à deglutição de acordo com a escala ASHA NOMS, houve diferença significativa entre as medidas, na comparação entre o nível inicial e imediatamente após o tratamento e na comparação entre o nível pré-tratamento e após seis meses. As comparações dos resultados obtidos com o protocolo AMIOFE, também apresentaram diferença significativa entre todas as medidas (Aparência e condição postural/posição, mobilidade, funções e pontuação total), com exceção da pontuação da seção Funções após seis meses. Com a EMGs encontramos resultados estatisticamente significantes, como a diminuição do tempo e do número de picos em todas as situações. Apenas na situação do teste de 50 ml, encontrou-se resultado estatisticamente significante em relação à média, quando comparado a avaliação pré, com a imediatamente após o tratamento, e a avaliação pré e com a após seis meses do tratamento. Com o protocolo SWAL-QOL, como resultado estatisticamente significante, tivemos o aumento das pontuações, em todas as situações das questões relacionadas à frequência de sintomas, comunicação, medo de se alimentar, sono e fadiga. Também se encontrou-se significância, quando comparado a avaliação pré, com a após 6 meses do tratamento, para questões relacionadas à deglutição como um fardo, saúde mental e social. CONCLUSÃO: Conclui-se que o programa de terapia fonoaudiológica é eficaz para disfagia para amostra deste estudo

INTRODUCTION: Aerodigestive disorders are among the leading causes of death worldwide. They impact social, economic lives, health and quality of life. Currently, there has been discussion about aerodigestive disorders and that they can cause changes in swallowing, voice and/or airway function. But little is discussed about the characteristics found and what to do to treat it. PURPOSE: To analyze the effectiveness of a speech therapy program for rehabilitation of dysphagia for the studied population of Aerodigestive Disorders. METHOD: Individuals referred to the Dysphagia Outpatient Clinic of the Speech Therapy Division of the Central Institute of the Hospital das Clínicas of the Faculty of Medicine of the University of São Paulo, with a diagnosis of Aerodigestive Disorder, participated in the research, for evaluation and speech therapy, in the period of January 2022 to June 2023, aged over 18. Patients underwent screening using the PARD protocol (Speech Therapy Risk Assessment Protocol for Dysphagia) and the Mini Mental State Examination (MMSE), all participants who passed underwent assessment before and after speech therapy intervention (being a therapeutic plan developed to the study population) and after 6 months, with the Food Introduction and Transition Protocol (PITA), swallowing classification using the ASHA NOMS scale, Orofacial Myofunctional Assessment with Expanded Scores (AMIOFE-E), Quality of Life in Dysphagia Protocol (SWAL- QOL) and Surface Electromyography (EMGs) in the suprahyoid region in the task of swallowing saliva in different volumes of water. RESULTS: Regarding swallowing according to the ASHA NOMS scale, there was a significant difference between the measurements, when comparing the initial level and immediately after treatment and when comparing the pre-treatment level and after six months. Comparisons of the results obtained with the AMIOFE protocol also showed a significant difference between all measures (Appearance and postural condition/position, mobility, functions and total score), with the exception of the Functions section score after six months. With EMGs we found statistically significant results, such as a reduction in the time and number of spikes in all situations. Only in the situation of the 50 ml test, a statistically significant result was found in relation to the average, when comparing the pre-evaluation with that immediately after treatment, and the pre-evaluation with that after six months of treatment. With the SWAL-QOL protocol, as a statistically significant result, we had an increase in scores in all situations of questions related to the frequency of symptoms, communication, fear of eating, sleep and fatigue. Significance was also found, when comparing the pre-evaluation with that after six months of treatment, for issues related to swallowing as a burden, mental and social health. CONCLUSION: It is concluded that the speech therapy program is effective for dysphagia for this study sample