A hemiparesia pós-AVE leva a diferentes níveis de limitações funcionais, e a assimetria motora representa um desafio para o controle postural. A realidade virtual (RV) e exergames vem mostrando resultados positivos na reabilitação, mas ainda há muitas perguntas não respondidas - o feedback do videogame é suficiente para favorecer o controle postural simétrico ou este depende de intervenção com o feedback cinestésico do fisioterapeuta? Para responder a essa pergunta, o objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de um treinamento motor associado a exergames realizado com e sem o acréscimo feedback cinestésico oferecido pelo fisioterapeuta, sobre a função motora, o equilíbrio e a marcha de indivíduos com sequelas crônicas de AVE. Trinta indivíduos com AVE crônico e comprometimento do equilíbrio participaram deste estudo controlado randomizado, e realizaram 14 sessões individuais de treinamento com exergame com ou sem feedback cinestésico do fisioterapeuta. O BESTest, a subescala de membros inferiores de Fugl-Meyer, o teste de caminhada de seis minutos e a escala de qualidade de vida específica para AVE foram administrados antes do treinamento, uma semana e oito semanas após o final do treinamento. Os resultados mostram que o feedback cinestésico aplicado durante o treinamento com exergame melhorou de forma diferenciada parâmetros relacionados ao equilíbrio e função dos membros inferiores (restrições biomecânicas e limites de estabilidade, que tiveram uma diminuição no grupo sem a adição do estímulo cinestésico), enquanto outros aspectos como qualidade de vida e desempenho no teste de caminhada foram aprimorados independentemente. Este estudo é o primeiro a comparar diretamente duas intervenções de equilíbrio idênticas baseadas em exergame, diferenciando-se apenas pela intervenção do fisioterapeuta oferecendo feedback cinestésico além daquele oferecido pelo videogame. O feedback cinestésico oferecido durante o treinamento motor com exergame é determinante para a melhora em certos domínios posturais importantes, que podem piorar após um treinamento idêntico sem essa forma de feedback oferecida pelo fisioterapeuta

Post-stroke hemiparesis leads to different levels of functional limitations, and motor asymmetry represents a challenge for postural control. Virtual Reality (VR) and exergames for balance rehabilitation have shown positive results, but there are still many unanswered questions - is the video game feedback enough to guarantee the recovery of symmetric postural control, or does it depend on the physiotherapist's kinesthetic feedback? In order to answer this question, the aim of this study was to compare the effects of an exergame-based intervention, guided by physiotherapist's kinesthetic feedback, versus an identical intervention without this feedback, in post-stroke individuals. Thirty people with chronic stroke and balance impairment participated in this randomised controlled trial, and performed 14 individual exergame training sessions with or without physiotherapist's kinesthetic feedback. Balance Evaluation Systems Test, Lower Limb Subscale of Fugl-Meyer, six-minute walk test, and Stroke- Specific Quality of Life Scale were administered before training, one week and eight weeks after the end of training (pre, post and FU). The results showed that physiotherapist's kinesthetic feedback during exergame training differentially improve outcomes relating to lower limb function and balance (biomechanical constraints and limits of stability, which had a decrease without the addition of the kinesthetic feedback), whereas other aspects as quality of life and long-distance walking performance were enhanced regardless of physiotherapist's kinesthetic feedback. This study is the first to directly compare two identical motor intervention based on exergame, apart from the physical therapist's intervention providing kinesthetic feedback during the training, beyond video game's feedback. The physiotherapist's kinesthetic feedback offered during the virtual balance training is determinant for improvement in some important postural domain that may get worse after an identical training without this kind of physiotherapist's feedback