Introdução: O grande polimorfismo presente nos receptores Fc de imunoglobulinas, faz deles um alvo interessante de pesquisa. Sem dúvida alguma, a descoberta de que a bactéria Escherichia coli consegue se ligar ao receptor CD16, através de uma proteína denominada WzxE, presente em suas camadas mais superficiais, faz deste receptor um foco terapêutico de extrema relevância. O FcRIIIA (CD16) e um receptor Fc com motivos de ativação de baseados em tirosina (ITAM) que, de forma clássica, promove a ativação e desencadeamento da resposta inflamatória ao se ligar a imunocomplexos. Porém, foi observado que há também uma ligação direta entre a bactéria Escherichia coli e o CD16, induzindo sinalização ITAM inibitória, que bloqueia a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), diminuindo também a fagocitose e, consequentemente, a lise bacteriana. Assim, na busca de novas estratégias para o tratamento de doenças complexas, como a Leucemia e a Sepse, o manejo da ativação inibitória (ITAMi), tem um potencial importante. Metodologia: Camundongos NOD/SCID (inoculados com células U937, modelo leucêmico) e C57BI/6 (submetidos à ligadura cecal (CLP), modelo de sepse) foram tratados com o peptídeo CYWGGTEGAC. Foram realizadas curvas de mortalidade e análise de diversas citocinas, através da técnica de Milliplex (TNF, as interleucinas IL-1, -6, -10, -12, MCP-1, IFN). Resultados: Camundongos submetidos ao modelo de sepse por CLP e que receberam tratamento prévio com o peptídeo TEGA, sobreviveram mais e produziram menores quantidades de citocinas pró-inflamatórias (TNF-, IL-1, -6, -10 e MCP-1). Com o modelo de leucemia mielóide aguda, não foi observada nenhuma diferença estatística entre os grupos experimentais. Conclusões: O tratamento de camundongos leucêmicos com o peptídeo TEGA, nas doses e intervalos de tempo avaliados, não modificou os parâmetros investigados. No estudo com modelo experimental de sepse, a mortalidade do grupo que foi imunizado previamente com TEGA se mostrou menor, quando comparada aos controles

Introduction: Fc receptors are an intriguing field of research. Undoubtedly, the experiments that describe how a Escherichia coli peptide, called WzxE, is able to bind to CD16 in an opsonin-independent manner to evade innate immunity, is an exciting avenue in the search of new treatments for septic shock and other complex diseases. FCRIIIA (CD16) is a Fc receptor with tyrosine-based immunoreceptor activation motifs (ITAM), which classically promote activation of the inflammatory response. It was, however, observed that Escherichia coli can bind directly to CD16, inducing an inhibitory ITAM signaling, which blocks the production of reactive oxygen species (ROS), inhibits phagocytosis and prolongs bacterial survival in the bloodstream. The objective of our study is to investigate the potential role of this pathway as a novel therapeutic avenue for Cancer and Infection. Methodology: NOD/SCID mice (inoculated with U937 cells, leukemic model) and C57BI/6 (submitted to cecal ligation (CLP), sepsis model) were treated with CYWGGTEGAC peptide. Mortality curves and the measurement of several cytokines were performed through Milliplex (TNF-, the interleukins IL1, -6, -10, -12, MCP-1, IFN). Results: Mice subjected to TEGA intraperitoneal injections followed by cecal ligation and puncture, exhibited lower mortality and produced lower amounts of pro-inflammatory cytokines (TNF-, IL-1, -6, -10 and MCP-1), than mice that did not receive TEGA immunization. Using the acute myeloid leukemia model, no statistical differences were observed among the study groups. Conclusions: Using an experimental model of sepsis, our results pointed out a lower mortality in the TEGA group, when compared to the control group, along with decreased levels of several proinflammatory cytokines. No differences were detected using the leukemia animal model