Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.5.2023.tde-08122023-124726
Documento
Autor
Nome completo
Bruno Mendonça Protásio da Silva
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2023
Orientador
Banca examinadora
Chammas, Roger (Presidente)
Diz, Maria Del Pilar Estevez
Herman, Paulo
Mano, Max Senna
Título em português
Impacto prognóstico da localização do tumor primário no câncer colorretal ressecado estágio III e sua associação com o status das enzimas de reparo de DNA e mutações K-RAS, N-RAS e BRAF.
Palavras-chave em português
Biomarcadores tumorais
Colo ascendente
Colo descendente
Imuno-histoquímica
Instabilidade de microssatélites
Neoplasias colorretais
Resultado do tratamento
Resumo em português
Introdução: Lateralidade do tumor primário (LTP) tem se mostrado um fator prognóstico independente para pacientes com câncer colorretal (CCR) metastático, com pior prognóstico para pacientes com tumores do lado direito. Objetivos: O principal objetivo deste estudo foi analisar o impacto prognóstico da LTP em pacientes com CCR estágio III. Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo e uni-institucional em um centro de referência em São Paulo-SP, Brasil. Foram incluídos todos os pacientes consecutivos com CCR estágio III ressecados e tratados com regime de quimioterapia adjuvante baseado em 5-fluorouracil e oxaliplatina (regime mFLOX) de outubro de 2007 até fevereiro de 2013. O desfecho primário foi a probabilidade de sobrevida global (SG) em 5 anos estratificada segundo a LTP. Os desfechos secundários foram probabilidade de sobrevida livre de recidiva (SLR) em 5 anos estratificada pela LTP, além da análise do papel prognóstico dos biomarcadores clínicos e moleculares. Foram criadas curvas de Kaplan Meier e fatores prognósticos associados a SG e SLR foram avaliados por modelos Cox. Resultados: Foram incluídos 265 pacientes. Tumores do cólon transverso, multicêntricos e de primário indeterminado foram posteriormente excluídos, totalizando 234 pacientes que foram classificados segundo a LTP: 95 do lado direito (40,6%) e 139 do esquerdo (59,4%). Idade mediana foi de 58 e 59 anos para tumores do lado direito e esquerdo, respectivamente. Para ambos os grupos, cerca de 67% tinham estadiamento IIIB. O tempo de seguimento mediano foi de 66 meses (amplitude: 0-149). As probabilidades de SG em 5 anos para os tumores do lado direito e do lado esquerdo foram de 67% [Intervalo de Confiança de 95% (IC 95%): 58%- 77%] e 82% (IC 95%: 75%- 89%), respectivamente [Hazard Ratio (HR)=2,02; IC 95%: 1,18 3,46; p=0,010]. As probabilidades de SLR em 5 anos para tumores do lado direito e do lado esquerdo foram de 58% (IC 95%: 49%- 69%) e 65% (IC 95%: 58%- 74%), respectivamente. (HR= 1,29; IC 95%: 0,84 1,97; p=0,248). Dentre os 234 pacientes, 61 pacientes (26%) tiveram as amostras teciduais disponíveis para realização do sequenciamento de DNA por NGS e análises de imuno-histoquímica. Destes, quatro pacientes foram excluídos do sequenciamento de DNA devido a baixa qualidade das amostras teciduais. Ao todo, 36 pacientes (63,2%) tiveram mutação RAS, 2 pacientes (3,5%) apresentaram a mutação de BRAF (V600E) e 6 pacientes (9,8%) apresentaram deficiência de enzimas de reparo de DNA (dMMR). Não foi identificada nenhuma diferença estatisticamente significativa na probabilidade de SG e na probabilidade de SLR em 5 anos quando os pacientes com tumores do lado direito e do lado esquerdo foram estratificados pelos status das mutações RAS e status MMR. Dentre os pacientes com tumores do lado direito, a presença de idade >70 anos (HR=4,11; IC 95%: 1,67- 10,1; p=0,002), pN2 (HR=2,52; IC 95%: 1,23- 5,17; p=0,012) e estádio III de alto risco segundo consórcio IDEA (HR=2,95; IC 95%: 1,35- 6,44; p=0,002) foram preditores de pior SG em 5 anos. Já dentre pacientes com tumores do lado esquerdo, a presença de histologia pouco diferenciada (HR=3,93; IC 95%: 1,44- 10,7; p=0,007) e invasão angiolinfática (HR=5,23; IC 95%: 1,54- 17,8; p=0,008) foram preditores de pior SG em 5 anos. Conclusões: Dados apontam para um pior prognóstico (SG inferior em 5 anos) para pacientes com CCR estágio III ressecados do lado direito
Título em inglês
Prognostic impact of primary tumor sidedness in resected stage III colorectal cancer and its association with DNA mismatch repair status and K-RAS, NRAS and BRAF mutations
Palavras-chave em inglês
Ascending colon
Colorectal neoplasms
Descending colon
Immunohistochemistry
Microsatellite instability
Treatment result
Tumor biomarkers
Resumo em inglês
Background: Primary tumor sidedness (PTS) has been shown to be an independent prognostic factor for patients with metastatic colorectal cancer (CRC), with worse prognosis for right-sided tumors. Objective: The main objective of this study was to analyze the prognostic impact of PTS in stage III CRC. Methods: A retrospective and uni-institutional cohort study was performed in a reference center in São Paulo-SP, Brazil. All consecutive patients with resected stage III CRC and treated with a 5-fluorouracil and oxaliplatin-based chemotherapy regimen (mFLOX regimen) from October 2007 to February 2013 were included. The primary outcome was probability of overall survival (OS) at 5 years stratified by PTS. Secondary outcomes were probability of disease-free survival (DFS) at 5 years stratified by PTS, and analysis of the prognostic impact of clinical and molecular biomarkers. The time-to-event variables were reported by the Kaplan Meier estimation method and prognostic factors associated with OS and DFS were assessed by Cox models. Results: 265 patients were included. Transverse colon tumors, multicentric tumors and undetermined primary subsite were later excluded, totaling 234 patients who were classified according to PTS: 95 on the right side (40.6%) and 139 on the left side (59.4%). Median age was 58 and 59 years for right- and left-sided tumors, respectively. For both groups, approximately 67% had stage IIIB. The median follow-up time was 66 months (range: 0-149). The 5-year OS probabilities for right-sided and left-sided tumors were 67% [95% Confidence Interval (95% CI): 58%-77%] and 82 (75%-89%), respectively [Hazard ratio (HR)=2.02; 95% CI: 1.183.46; p=0.010]. The 5-year probability of DFS for right-sided and left-sided tumors were 58% (49%-69%) and 65% (58%-74%), respectively (HR=1.29; 0.84-1.97; p=0.248). Of the 234 patients, 61 patients (26%) had tissue samples available for DNA sequencing by NGS and immunohistochemical analysis. Of these, four patients were excluded from DNA sequencing due to poor quality of the tissue samples. Overall, thirty-six patients (63.2%) had RAS mutation, two patients (3.5%) had BRAF mutation (V600E) and six patients (9.8%) had DNA mismatch repair deficiency (dMMR). No statistically significant difference was identified in the probability of OS and DFS at 5 years when comparing patients with right-sided and left-sided tumors when stratified by RAS mutation status and MMR status. Among patients with right-sided tumors, age >70 years (HR=4.11; 95% CI: 1.67-10.1; p=0.002), pN2 (HR=2.52; 95% CI: 1.23-5.17; p=0.012) and high-risk stage III according to the IDEA consortium (HR=2.95; 95% CI: 1.35-6.44; p=0.002) were predictors of worse OS at 5 years. Among patients with leftsided tumors, poorly differentiated histology (HR=3.93; 95% CI: 1.44-10.7; p=0.007) and angiolymphatic invasion (HR=5.23; 95% CI: 1.54-17.8; p=0.008) were predictors of worse OS in 5 years. Conclusions: Data indicate a worse prognosis (inferior OS at 5 years) for resected right-sided stage III CRC
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Data de Publicação
2024-01-05