Introdução: Os exercícios aeróbios e respiratórios são tratamentos não farmacológicos que têm sido utilizados para a melhora o controle clínico e qualidade de vida de indivíduos com asma, e tem sido considerados importantes adjuvantes para o tratamento médico desses indivíduos. Entretanto, os benefícios da associação de ambos os exercícios nessas variáveis nunca foi objeto de estudo. Objetivo: O objetivo primário deste estudo foi avaliar o efeito da associação dos exercícios aeróbio e respiratório no controle clínico da asma em indivíduos com asma moderada à grave. Também foram avaliados o status psicossocial, hiperventilação, capacidade de exercício, função pulmonar, nível de atividade física de vida diária, e mecânica toracoabdominal. Métodos: Foram analisados 51 indivíduos com asma moderada a grave, divididos, aleatoriamente, em 2 grupos: aeróbio + alongamento (n=25) e aeróbio + respiratório (n=26). Ambos os grupos completaram um programa educacional de acordo com diretrizes de asma. O exercício aeróbio foi realizado utilizando um treinamento com carga constante, e os exercícios respiratórios utilizando a técnica respiratória Buteyko. O programa de treinamento teve a duração de três meses sendo realizado por 20 sessões. Todos os participantes foram avaliados cegamente antes e após a intervenção quanto ao controle clínico, fatores de saúde relacionados à qualidade de vida e do sono, sintomas de ansiedade e depressão, função pulmonar, hiperventilação, capacidade de exercício, nível de atividade física de vida diária e mecânica toracoabdominal. Para o tratamento estatístico das informações, foi testada a normalidade do conjunto de dados analisados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, para comparações inter e intra-grupo, assim como interação grupo x tempo dos dados ao longo do estudo, foram utilizadas Análise de Variância de dois fatores com medidas repetidas e o teste pós hoc de Holm-Sidack ou teste qui-quadrado. A significância adotada para todos os testes foi de 5% (P < 0,05). Resultados: Foram avaliados 51 indivíduos após um período de 3 meses de intervenção. Os grupos foram similares no início do estudo. Depois da intervenção, ambos os grupos apresentaram melhora nas variáveis analisadas, no entanto, não foram observadas diferenças entre os grupos no controle clínico, na qualidade de vida e do sono, nos sintomas de ansiedade e de depressão, na função pulmonar, hiperventilação, nos níveis de atividade física de vida diária, ou na mecânica toracoabdominal. Entretanto o grupo aeróbio + respiratório melhorou a capacidade de exercício se comparado ao grupo aeróbio + alongamento. Conclusão: A associação dos exercícios aeróbios e respiratórios não resultou em melhores efeitos no controle clínico da asma, nos aspectos psicossociais, na função pulmonar, nos níveis de atividade física de vida diária, na hiperventilação, ou na mecânica toracoabdominal se comparado ao exercício aeróbio apenas. No entanto, a associação das duas intervenções levou à melhora da capacidade de exercício em indivíduos com asma moderada à grave

Background: Aerobic and breathing exercises are nonpharmacological interventions that improve asthma control and quality of life and have been considered important adjuvants for medical treatment in individuals with asthma. However, the benefits of combining both interventions in these outcomes have never been tested. Objective: The primary objective of this study was to evaluate the effects of the combination of aerobic and breathing exercises on asthma control in individuals with moderate-to-severe asthma. Psychosocial status, hyperventilation, exercise capacity, lung function, daily physical activity levels, and thoracoabdominal kinematics were also assessed. Methods: Individuals with moderate-to-severe asthma were randomly assigned to the aerobic + muscle-stretching group (n=25) or aerobic + breathing exercises group (n=26). Both groups completed an educational program according to asthma guidelines. The aerobic exercise was performed using constant-load training and breathing exercises using the Buteyko breathing technique. The training program lasted 20 sessions. All individuals were blindly assessed before and after the interventions for asthma control, health-related quality of life, anxiety and depression symptoms, sleep quality, hyperventilation, exercise capacity, lung function, daily physical activity levels, and thoracoabdominal kinematics. The normality of continuous outcomes was assessed via the KolmogorovSmirnov test. Group x time interactions were derived using a two-way repeated measures analysis of variance with post hoc HolmSídák or 2 tests. The results with P values <0.05 were considered statistically significant. Results: Fifty-one patients were analyzed after 3 months of intervention. The groups were similar at baseline. After the intervention, both groups improved outcomes; however, no between-group differences were observed in asthma control, asthma-related quality of life, sleep quality, anxiety and depression symptoms, lung function, hyperventilation, daily physical activity levels, or thoracoabdominal kinematics. On the other hand, the aerobic + breathing exercises group improved exercise capacity compared to the aerobic + muscle-stretching group. Conclusion: The combination of aerobic and breathing exercises did not induce greater benefits in asthma control, psychosocial status, lung function, levels of physical activity in daily life, hyperventilation, or thoracoabdominal kinematics compared with aerobic exercise alone. However, the combined intervention improved exercise capacity in individuals with moderate-to-severe asthma.