Introdução: a detecção precoce da disfagia e especificamente da aspiração é essencial para prevenir e reduzir as complicações de pacientes internados em hospitais de reabilitação. A avaliação inicial dos distúrbios da deglutição em pacientes internados é geralmente feita por testes de triagem à beira do leito (bedside screening tests) que tem baixa sensibilidade e especificidade. Identificar quais testes melhor discriminam pacientes com aspiração auxiliaria a programar a avalição racional destes pacientes. Objetivo: determinar a validade de testes de triagem realizados à beira do leito em detectar aspiração, com a videoendoscopia de deglutição (VED) como teste de referência. Métodos: um estudo prospectivo observacional foi realizado em 150 pacientes consecutivos admitidos no setor de reabilitação e readaptação de um hospital público terciário, submetidos à avaliação de preditores clínicos, ao questionário Eating Assessment Tool 10 (EAT-10), a um instrumento para avaliação da força e resistência da língua (Iowa Oral Performance Instrument [IOPI]), à medição do tempo de fonação máxima (TFM) e a um teste de deglutição (Volume-Viscosity Swallow Test [V-VST]). A validade dos testes de triagem em detectar aspiração, confirmada pela VED, foram calculadas. Resultados: dos 144 pacientes incluídos, 113 (78%) não tiveram aspiração e 31 (22%) tiveram aspiração. A força máxima da língua apresentou alta sensibilidade (92,3%) e baixa especificidade (18,6%) e acurácia (33,1%) para detectar aspiração. O V-VST mostrou sensibilidade, especificidade e acurácia para aspiração de 83,3%, 72,6% e 74,8%, respectivamente. A sensibilidade do EAT-10 e TMF para aspiração foi de 82,8% e 88% e especificidade foi de 57,7% e 32,4%, respectivamente. Conclusão: o resultado do presente estudo sugere que V-VST e o EAT-10 são bons métodos de triagem para detectar aspiração em pacientes admitidos em centro de reabilitação. O IOPI e TMF, apesar da excelente sensibilidade, apresentam baixa especificidade com baixo poder discriminatório entre paciente que não aspiram e aspiram

Introduction: early detection of dysphagia and specifically aspiration is essential to prevent and reduce complications of hospitalized patients in Rehabilitation Centers. Bedside screening tests are commonly used for the initial evaluation of swallowing in these settings, but they present insufficient and inconsistent sensitivity and specificity. To identify which tests better discriminate aspirating patients would allow defining a better diagnostic approach for these patients. Objective: to determine the validity of various bedside screening tests in detecting aspiration, with Flexible Endoscopic Evaluation of Swallowing (FEES) as the reference test. Methods: a prospective observational study was performed in 150 consecutive patients of a tertiary rehabilitation hospital, submitted to assessment of clinical predictors, the Eating Assessment Tool 10 (EAT-10) questionnaire, an instrument for assessing tongue strength and endurance (Iowa Oral Performance Instrument [IOPI]), Maximum phonation time (MPT) and a swallowing test (Volume- Viscosity Swallow Test [V-VST]). The validity of bedside screening tests in detecting aspiration, as confirmed by FEES, was calculated. Results: of the 144 patients included, 113 (78%) had no aspiration and 31 (22%) had aspiration. The maximum tongue strength presented high sensitivity (92.3%) and low specificity (18.6%) and accuracy (33.1%) to detect aspiration. The V-VST showed a sensitivity, specificity and accuracy for aspiration of 83.3%, 72.6% and 74.8%, respectively. The sensitivity of EAT-10 and TMF for aspiration was 82.8% and 88% and specificity was 57.7% and 32.4%, respectively. Conclusion: the results of the present study suggest that V-VST and EAT-10 are good screening methods for aspiration detection in patients admitted to a rehabilitation center. The IOPI and MPT, despite the excellent sensitivity, have low specificity with low discrimination power between patients who do and do not aspirate