A queixa de compreensão de fala é frequente em pacientes com zumbido e audição normal. Talvez porque o zumbido influencie negativamente a capacidade de memória de trabalho (MT). Acredita-se que o ruído branco, usualmente utilizado em geradores de som (terapia sonora), possa melhorar o incômodo do zumbido. O objetivo deste ensaio clínico foi comparar o esforço auditivo (EA) em portadores de zumbido crônico, com audição normal, em silêncio e sob efeito do ruído branco (white noise). Foi utilizado um teste de MT de alta complexidade (medida subjetiva) nas duas situações distintas. Adicionalmente foram coletadas medidas de condutância da pele (medida objetiva). O desenho do estudo foi prospectivo não randomizado de intervenção intra-sujeito do tipo antes e depois. A amostra foi composta por 25 indivíduos, 17 do sexo feminino (68%) e oito do masculino (32%), com idade entre 24 anos e 71 anos (média de 49,6), e grau de escolaridade entre 4 anos e 20 anos. A bateria de testes realizada foi composta de audiometria convencional e de alta frequência, teste dicótico não verbal, acufenometria, questionários de triagem para depressão, ansiedade, impacto do zumbido (THI) e fadiga (ENEDE), avaliação cognitiva (MoCA), teste de MT de alta complexidade da Bateria de Avaliação de Memória de Trabalho - Universidade Federal de Minas Gerais (BAMT-UFMG). A análise dos resultados por média, revelou melhora de 30% para BAMT de etapa classificatória, e de 45% para BAMT de contagem total de spans, na condição ruído. Na análise dos intervalos de confiança, não foi observada diferença estatística entre os grupos, o que impossibilita a extrapolação dos resultados para a população geral portadora de zumbido. Entretanto, para um subgrupo de sujeitos sem traços de sintomas de ansiedade, com traços leves de sintomas depressivos, sem queixa de compreensão de fala no silêncio, zumbido unilateral e THI até grau 2; a presença de ruído branco melhorou o desempenho (MT). Não houve correlação entre as medidas subjetivas e objetivas de EA

A speech comprehension complaint is usual among tinnitus patients and normal hearing. It is believed that white noise, already used in sound generators (sound therapy), may improve tinnitus annoyance. The aim of this clinical trial was to compare listening effort (LE), using a high complexity working memory (WM) test (subjective measure), among patients with chronic tinnitus and normal hearing, under silence or white noise setting. Besides, skin conductance assessment (objective measure) were collected. The sample included 25 patients, 17 female (68%) and 8 male (32%), aged between 24 and 71 years, and education level between 4 and 20 years. Conventional and high frequency audiometry, non-verbal dichotic test, tinnitus psychoacoustic measures, screening questionnaires for depression, anxiety, tinnitus (THI) and fatigue (ENEDE), cognitive assessment (MoCA), high complexity WM test (BAMT-UFMG) were used. Results analysis by means revealed a 30% improvement on BAMT classification stage and a 45% improvement on BAMT total span count, in the noise setting. On confidence intervals analysis, no statistical difference was observed between the groups, preventing to extrapolate the data by general tinnitus population. However, for a subgroup of subjects without traces of anxiety symptoms, with mild traces of depressive symptoms, without speech understanding complaints in silence, unilateral tinnitus and THI up to grade 2; the presence of white noise improved WM performance. There was no correlation between subjective and objective measures of LE