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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.5.2008.tde-29052008-111310
Document
Auteur
Nom complet
Sílvia de Vincentiis
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2008
Directeur
Jury
Valente, Kette Dualibi Ramos (Président)
Gorenstein, Clarice
Valerio, Rosa Maria Figueiredo
 
Titre en portugais
O estudo da função sexual e gonadal nas adolescentes com epilepsia
Mots-clés en portugais
Adolescente
Epilepsia
Fertilidade
Sexualidade/fisiologia
Resumé en portugais
Em mulheres com epilepsia, sabe-se que a síndrome epiléptica, a freqüência de crises e as drogas antiepilépticas podem ter influência na função sexual, comportamento sexual e na capacidade reprodutora. Muitos fatores têm sido relacionados a estas alterações, tais como: duração e gravidade da epilepsia, tipo de droga antiepiléptica e localização da lesão epileptogênica. Baseado no conhecimento adquirido com as mulheres assume-se que as adolescentes sofram influência semelhante. Este estudo teve como objetivo avaliar aspectos relacionados à função e ao comportamento sexual, à educação sexual e à função gonadal em adolescentes do sexo feminino com epilepsia. Para isso, foram estudadas prospectivamente 35 pacientes do sexo feminino, com epilepsia parcial e generalizada, com idades entre 10 a 20 anos, com epilepsia ativa, sendo o diagnóstico da síndrome epiléptica realizado segundo os critérios da Liga Internacional Contra a Epilepsia (1989). Os critérios de exclusão foram: ausência de menarca; uso de contraceptivo hormonal ou dispositivo intra-uterino, no momento da avaliação ou nos últimos três meses; antecedente de cirurgia ginecológica ou distúrbio endocrinológico; presença de doença crônica associada, ou deficiência mental moderada a grave que impossibilitassem o seguimento do protocolo a ser instituído. As informações sobre a função sexual, comportamento sexual e a educação sexual das adolescentes com epilepsia foram avaliadas através de um questionário padrão. O protocolo de estudo da função gonadal incluiu a análise dos seguintes critérios: ciclo menstrual regular, presença de dismenorréia, dosagem dos níveis hormonais (FSH, LH, estradiol, progesterona, prolactina, testosterona, T3, T4 livre, TSH), ultra-sonografia pélvica, gestação em curso ou recente. A função gonadal foi considerada normal se pelo menos um ou mais parâmetros acima foi adequado. Não foi observada diferença entre a idade da primeira relação sexual (p=0,54), atividade sexual (p=0,23), libido (p=1,00) e orgasmo (p=0,23) entre as adolescentes com epilepsia, em relação ao grupo controle. Todas as adolescentes sexualmente ativas relataram o uso de métodos contraceptivos, porém apenas 20,1% com orientação de algum profissional de saúde. A idade da menarca nos dois grupos foi similar. No entanto, o uso de valproato próximo à menarca e crises freqüentes foram fatores antecipadores da menarca. As adolescentes com epilepsia apresentaram uma freqüência de ciclos menstruais irregulares superior à do grupo controle. A irregularidade menstrual relacionou-se com a presença de crises tônico-clônicas generalizadas (p=0,02), sem relação com a síndrome epiléptica. Houve uma tendência a irregularidades menstruais em adolescentes que apresentavam duração da doença mais prolongada (p=0,06), independente da freqüência de crises epilépticas. Observaram-se índices de gravidez superiores entre as adolescentes com epilepsia em comparação às controles (p<.0001). Não houve diferença na freqüência de aborto entre as adolescentes com epilepsia. Neste estudo, as adolescentes com epilepsia apresentaram comportamento e função sexual similares às adolescentes sem doenças crônicas. Embora a função gonadal destas pacientes estivesse preservada, os distúrbios menstruais foram significantes, sugerindo que estas adolescentes possam estar em um processo em evolução com ciclos anovulatórios e disfunção reprodutora na vida adulta. Portanto, os aspectos relacionados à função e comportamento sexual, contracepção e função gonadal, em adolescentes com epilepsia, requerem atenção especial por parte dos profissionais de saúde.
 
Titre en anglais
Evaluation of sexual and gonadal function in female adolescents with epilepsy
Mots-clés en anglais
Adolescent
Epilepsy
Fertility
Sexuality/physiology
Resumé en anglais
It is known that in women with epilepsy, the epileptic syndrome, seizure frequency and antiepileptic drugs may act on sexual function, sexual behavior and reproductive function. Several factors have been associated with these changes such as: duration and severity of the epilepsy, kind of antiepileptic drug and locality of the epileptogenic lesion. Based on knowledge acquired with studies in women, it is assumed that female adolescents suffer similar influences. This study aimed to evaluate several aspects related to sexual function, to sexual behavior, to sexual education and to gonadal function in female adolescents with epilepsy. We prospectively studied 35 females, with ages between 10 and 20 years, with active partial and generalized epilepsies and epileptic syndromes classified according to ILAE criteria (1989). Criteria of exclusion were: patients that had not yet had their menarche, those in use of hormonal contraceptives or intrauterine devices, either at the moment of the evaluation or in the last three months; patients with previous gynecological surgery or endocrine disorders; patients with associated chronic disease or moderate to severe mental deficiency that might hinder completion of the study protocol. Information on sexual function and education were obtained with a standard questionnaire. Our study protocol for gonadal function included analysis of the following criteria: regular menstrual cycles, dysmenorrhea, hormonal levels (FSH, LH, stradiol, progesterone, prolactin, testosterone, T3, free T4, TSH), pelvic ultrasound study, and recent or ongoing pregnancy. Gonadal function was considered normal when at least one of the above parameters was found to be adequate. No significant differences were observed between age at first sexual intercourse (p=0.54), sexual activity (p=0.23), libido (p=1,00) and orgasm (p=0.23) among patients with epilepsy, when compared to controls. Sexually active adolescents reported the use of contraceptives, although only 20.1% with orientation done by a health professional. Age of menarche was similar in both groups, but the use of valproate close to menarche and frequent seizures were factors that anticipated this event. Moreover, adolescents with epilepsy presented irregular menstrual cycles more frequently than controls. Menstrual irregularity was correlated to the presence of tonic-clonic generalized seizures (p=0.02), regardless the epilepsy type or syndrome, and with longer disease duration (p=0.06), despite of seizure frequency. Higher rates of pregnancy were observed in adolescents with epilepsy compared to controls (p<.0001). Abortion rates were similar in both groups. In this study, adolescents with epilepsy presented sexual function and behavior similar to their peers without chronic diseases. Although the gonadal function of these patients was spared, menstrual disorders were significant, suggesting that these adolescents may be in an ongoing process with anovulatory cycles and reproductive dysfunction in later adulthood. Therefore, aspects related to sexual behavior and function, contraception and gonadal function in adolescents with epilepsy require special attention by health professionals.
 
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Date de Publication
2008-06-24
 
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