Objetivo: O objetivo desse estudo realizado em gestações únicas e gemelares com risco aumentado de prematuridade foi avaliar as preferências e os fatores que podem influenciar as escolhas das pacientes pelos métodos de tratamento. Métodos: Análise de questionários autoaplicáveis sobre: 1) conhecimento e preocupações relacionados à prematuridade e metodologias de tratamento (pessário, óvulos de progesterona e combinação pessário e progesterona); 2) preferências em relação aos métodos de tratamento; 3) e influência de ansiedade e qualidade de vida sobre as escolhas. Os testes quiquadrado e exato de Fisher foram utilizados para comparar variáveis independentes qualitativas e desfechos qualitativos. O teste t de Student e ANOVA foram utilizados para comparar as variáveis independentes quantitativas e os resultados qualitativos quando dados paramétricos, enquanto os testes de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis foram utilizados para dados não paramétricos. Resultados: O estudo incluiu 61 mulheres de gestações gemelares e 62 de gestações únicas, de maio de 2009 a janeiro de 2022. Em termos de preferências, as mulheres com gestações únicas não apresentaram diferença significativa (p= 0,703) entre preferência de pessário (53,2%) em relação à progesterona (46,8%). No grupo com gestações gemelares, o uso combinado de pessário e progesterona (P+P) foi a escolha preferida (60,7%), seguida de óvulos de progesterona (26,2%) e pessário (8%); (p < 0,001). O conhecimento prévio do pessário por gestantes com gêmeos resultou em uma preferência maior pelo uso do pessário isolado em comparação ao P+P (37,5% vs. 5,7%; p = 0,04). As gestantes gemelares com nível de ansiedade traço moderado e alto tiveram preferência significativamente maior (p=0,02) pelos métodos pessário isolado (87,5%) e pessário combinado com óvulos de progesterona (100%), em relação aos óvulos (60%). O domínio meio ambiente da QV apresentou pontuação maior no grupo de gestações únicas com preferência pelo pessário (71,43[62,50-75]) em relação a progesterona (57,81[48,44-68,75]; p=0,007). Conclusão: Gestantes com feto único não apresentam diferenças na preferência dos métodos progesterona ou pessário para a prevenção da prematuridade. Diferentemente, as gestantes com fetos gemelares preferem o uso combinado de P+P em relação ao uso isolado de pessário ou óvulos de progesterona. Compreender as particularidades das escolhas das pacientes pode ajudar a direcionar as práticas clínicas para uma melhor adesão e resultados na gestação

Objective: The objective of this study carried out in singleton and twin pregnancies with an increased risk of prematurity was to evaluate preferences and factors that may influence patients' choices of treatment methods. Methods: Analysis of self-administered questionnaires on: 1) knowledge and concerns related to prematurity and treatment methodologies (pessary, progesterone eggs and pessary and progesterone combination); 2) preferences regarding treatment methods; 3) and influence of anxiety and quality of life on choices. The chi-square and Fisher's exact were used to compare qualitative independent variables and qualitative outcomes. Student's t test and ANOVA were used to compare quantitative independent variables and qualitative results. The Mann-Whitney or Kruskal-Wallis tests were used for non-parametric data. Results: The study included 61 women with twin pregnancies and 62 with singleton pregnancies, from May 2009 to January 2022. In terms of preferences, women with singleton pregnancies showed no significant difference (p= 0.703) between pessary preference (53 .2%) in relation to progesterone (46.8%). In the group with twin pregnancies, the combined use of pessary and progesterone (P+P) was the preferred choice (60.7%), followed by eggs (26.2%) and pessary (8%); (p < 0.001). Prior knowledge of the pessary by pregnant women with twins resulted in a greater preference for using the pessary alone compared to P+P (37.5% vs. 5.7%; p = 0.04). Twin pregnant women with moderate and high levels of trait anxiety had a significantly greater preference (p=0.02) for the isolated pessary (87.5%) and pessary combined with progesterone ovules (100%), compared to ovules (60%) methods. The environmental domain of QoL presented a higher score in the group of singleton pregnancies with a preference for the pessary (71.43[62.50-75]) in relation to progesterone (57.81[48.44-68.75]; p= 0.007). Conclusion: Pregnant women with a single fetus do not differ in their preference for progesterone or pessary methods to prevent prematurity. Differently, pregnant women with twin fetuses prefer the combined use of P+P compared to the isolated use of pessary or progesterone. Understanding the particularities of patients' choices can help direct clinical practices towards better adherence and pregnancy outcomes