Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.5.2021.tde-17012022-111711
Documento
Autor
Nome completo
Silvia Stahl Merlin
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2021
Orientador
Banca examinadora
Brucki, Sônia Maria Dozzi (Presidente)
Laks, Jerson
César, Karolina Gouveia
Nitrini, Ricardo
Título em português
Características de personalidade e alterações cognitivas de idosos no acompanhamento longitudinal
Palavras-chave em português
Cognição
Comprometimento cognitivo leve
Demência
Doença de Alzheimer
Estilo de vida
Personalidade
Resumo em português
Introdução: Quadros demenciais são altamente prevalentes nos idosos e segundo estudos sobre o manejo e prevenção dessas circunstancias, pelo menos 40% dos fatores de risco e proteção que interferem na instalação das demências, têm se mostrado modificáveis, possibilitando medidas de prevenção. Nessa conjuntura, a maneira como as pessoas interagem com o mundo ao seu redor, e, portanto, algumas características psicológicas e de personalidade dos indivíduos parecem determinar padrões comportamentais que se associam à melhor saúde ao longo da vida e, consequentemente, evitam a progressão de alterações cognitivas iniciais para demência. Objetivo: Identificar quais indivíduos mudam de classificação cognitiva após seguimento longitudinal, sugerindo fatores, principalmente da personalidade, que interferem na evolução dos distúrbios cognitivos. Métodos: Cento e dois voluntários foram avaliados quanto às características de personalidade, sintomas psiquiátricos e testagem neuropsicológica. O seguimento ocorreu por dois anos a partir da avaliação inicial, que possibilitou a classificação dos idosos em cognitivamente normais (CN), Declínio cognitivo subjetivo (DCS), Comprometimento cognitivo leve não amnéstico (CCLNA) e Comprometimento cognitivo leve amnéstico (CCLAM). Resultados: Dos 102 sujeitos incluídos, 65 se mantiveram no seguimento por 24 meses. A amostra acompanhada longitudinalmente foi composta predominantemente de mulheres (65%), brancas (74%), com média de idade de 78 (±7,5) anos e 12 (±4,8) anos de escolaridade. Com o resultado da primeira avaliação neuropsicológica pode-se classificar os 65 idosos em 17 indivíduos CN, 13 com DCS, 22 com CCLNA e 13 com CCLAM. No decorrer do processo 23% dos indivíduos CN, 15% dos DCS e 27% dos CCLNA pioraram cognitivamente. Nesse mesmo período, 15% dos CCLAM e 31% dos CCLNA melhoram na classificação cognitiva. No estudo de associações das variáveis, com uso da tabela de contingência, pode-se observar que idades mais avançadas apresentam maior piora cognitiva e, que índices muito baixo ou alto da característica Abertura da personalidade, caracterizada por busca ativa por novas experiências, apresentam associação com a conversão negativa da cognição (p=0,005). Na direção contrária, o grupo CCLNA está associado (p=0,01) com a reversão ou melhora cognitiva. A idade aumentou a probabilidade de conversão em 9% (OR=1.09; IC=0.99-1,2), enquanto ser classificado no grupo CCLNA aumentou em 39% (OR=1,39; IC=1,14-1,7) a chance de melhora cognitiva. No entanto, características de personalidade relacionadas a Abertura muito baixa (OR=1,09; IC=0,6-2,0) ou alta (OR=1,33; IC=0,74-2,4), apesar de terem demonstrado significância estatística no estudo de associações entre variáveis, mostrou-se pouco confiável devido aos valores do intervalo de credibilidade que foram excessivamente amplos. Conclusão: Os fatores mais associados a mudança cognitiva nesse grupo de idosos foram a idade, ter comprometimento cognitivo leve não amnéstico e a intensidade do aspecto Abertura da personalidade. No entanto a intensa subjetividade das avaliações da personalidade parece impossibilitar utilizar a variável Abertura como preditor
Título em inglês
Follow up of the personality characteristics and cognitive evolution of elderly people in longitudinal follow-up
Palavras-chave em inglês
Alzheimers disease
Cognition
Dementia
Lifestyle
Mild cognitive impairment
Personality
Resumo em inglês
Introduction: Dementia conditions are highly prevalent in the elderly, and according to studies on the management and prevention of these conditions, at least 40% of the risk and protection factors that interfere with the onset of dementia were found to be modifiable, enabling prevention measures. For this reason, the way people interact with the world around them and, therefore, some psychological and personality characteristics of individuals, seem to determine behavioral patterns that are associated with better health throughout life and, consequently, prevent the progression of early cognitive changes to dementia. Objective: To identify individuals who change their cognitive classification after longitudinal follow-up, suggesting factorsmainly personalitythat interfere with the evolution of cognitive disorders. Methods: A total of 102 volunteers were evaluated for personality characteristics, psychiatric symptoms, and neuropsychological testing. The follow-up took place within two years of the initial assessment, allowing the classification of the elderly into cognitively normal (CN), subjective cognitive decline (SCD), non-amnestic mild cognitive impairment (naMCI), and amnestic mild cognitive impairment (aMCI). Results: Of the 102 subjects included, 65 were followed for 24 months. The longitudinally followed sample was predominantly composed of women (65%), who were white (74%), with a mean age of 78 (±7.5) years and 12 (±4.8) years of education. Based on the result of the first neuropsychological assessment, the 65 elderly individuals were classified into 17 CN individuals, 13 with SCD, 22 with naMCI, and 13 with aMCI. During the investigation, 23% of the CN, 15% of the SCD, and 27% of the naMCI individuals worsened cognitively. Conversely, 15% of aMCI and 31% of naMCI individuals had a better cognitive classification. When analyzing the association between the variables using the contingency table, we observed that older individuals experience greater cognitive deterioration and that very low or high rates of the personality openness characteristic, characterized by active search for new experiences, are associated with negative conversion to cognitive deterioration (p = 0.005). In the opposite direction, the naMCI group is associated (p=0.01) with reversal or cognitive improvement. Logistic regression data indicated that increased age increases the likelihood of conversion by 9% (OR=1.09; CI=0.99-1.2), while being classified in the naMCI group increases the likelihood of cognitive reversal (cognitive improvement) by 39% (OR= 1.39; CI=1.14-1.7). However, although personality characteristics associated with very low openness (OR=1.09; CI=0.6-2.0) or high openness (OR=1.33; CI=0.74-2.4) were statistically significant when analyzing the association between the variables, they proved to be unreliable due to the excessively wide confidence interval. Conclusion: The factors most associated with cognitive change in this group of elderly people were age, the result of the neuropsychological assessment, and the intensity of the openness trait of personality. However, the high subjectivity of personality assessments seems to make it impossible to use the openness variable as a predictor
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Data de Publicação
2022-01-20