Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.5.2020.tde-05072020-131628
Documento
Autor
Nome completo
Luciana Pereira de Vasconcelos
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2019
Orientador
Banca examinadora
Carvalho, Heraclito Barbosa de (Presidente)
Melo, Daniela Oliveira de
Novaes, Hillegonda Maria Dutilh
Stein, Airton Tetelbom
Título em português
Avaliação das estratégias de implementação de guias de prática clínica de alta qualidade
Palavras-chave em português
Ciência da implementação
Gestão da saúde da população
Gestão de mudança
Guias de prática clínica como assunto
Revisão sistemática
Utilização de instalações e serviços
Utilização de procedimentos e técnicas
Resumo em português
Introdução e Objetivo: Os guias de prática clínica (GPC) têm sido desenvolvidos por diferentes instituições com o objetivo de disseminar recomendações que possam reduzir a variabilidade no processo de cuidado. Para que um GPC seja considerado confiável precisa ser desenvolvido com qualidade, ou seja, por meio de um processo transparente. A implementação é uma etapa fundamental para garantir que as recomendações dos GPC sejam seguidas e possam ter impacto positivo na saúde, devendo ser planejada inclusive no desenvolvimento dos GPC. Esse estudo tem como objetivo avaliar as estratégias de implementação de guias de prática clínica de alta qualidade na área de DCNT. Método: Estudo descritivo das estratégias de implementação de GPC de alta qualidade. Partindo dos GPC avaliados no estudo CHRONIDE, foram selecionados os guias de alta qualidade (escore >= 60% nos domínios 3, 5 e 6 do AGREE II). O conteúdo relativo à implementação dos GPC selecionados foi extraído dos textos completos e materiais complementares por um pesquisador, em de uma planilha Excel. A presença das estratégias de implementação nos GPC foi avaliada seguindo a taxonomia Mazza (MAZZA et al., 2013), que também foi usada para classificar suas ferramentas de implementação. Resultados: Foram identificados 20 GPC de alta qualidade entre os 421 avaliados no estudo CHRONIDE. A maioria (16; 80%) dos 20 GPC foi desenvolvida por instituições governamentais; com financiamento público (16; 80%); e quase a metade (9;45%) para tratamento de doenças cardiovasculares. Os países que mais produziram GPC de alta qualidade foram Reino Unido (6; 30%) e Colômbia (5; 25%). As estratégias de implementação mais frequentemente encontradas foram do nível profissional, como distribuir materiais de referência (18;80%), e educar grupos de profissionais de saúde (18; 80%). Em seguida destaca-se o nível organizacional, sendo as estratégias mais frequentes, mudança na estrutura organizacional (15; 75%), e alteração no método de entrega do serviço (13; 65%). Os níveis financeiros e regulatórios são os menos desenvolvidos nos GPC de alta qualidade, presentes em apenas 7 e 10 GPC respectivamente. Para as ferramentas de implementação o perfil é semelhante, com predominância daquelas relacionadas aos níveis profissional com maior frequência para a elaboração de algoritmos clínicos (14; 70%) e guias para médicos (7; 35%) e guias para cuidadores (6; 30%) e planilha de indicadores de implementação (7; 35%). Conclusão: Observou-se que nos melhores GPC, isto é, os de alta qualidade, os níveis de intervenção mais desenvolvidos foram os níveis profissional e organizacional tanto em relação a presença de estratégias, quanto de suas ferramentas. Os níveis financeiro e regulatório foram os menos desenvolvidos. Assim, pode-se dizer que ainda existem formas de aprimorar as estratégias de implementação, mesmo nos GPC de alta qualidade
Título em inglês
High-quality CPG implementation strategies, a review of best practices
Palavras-chave em inglês
Change management
Facilities and services utilization
Implementation science
Population health management
Practice guidelines as topic
Procedures and techniques utilization
Systematic review
Resumo em inglês
Introduction and Objective: Clinical practice guidelines (CPGs) have been developed by different institutions aiming at reducing the variability in the health care process. Implementation is a key step for ensuring that the recommendations of high-quality CPGs are followed and have a positive impact on health. This step must be planned in the development of CPGs. This study aims at evaluating the strategies for implementing high-quality Clinical Practice Guidelines on NCDs. Method: Quality guidelines were selected based on the assessment of CPGs conducted in the CHRONIDE study (score >= 60% in domains 3, 5, and 6 of AGREE II). The content related to the implementation of the selected CPGs was extracted from the full texts and complementary materials by one researcher and tabulated in an Excel spreadsheet. The presence of implementation strategies in CPGs was assessed following the taxonomy developed by Mazza et al. (MAZZA et al., 2013) which was also used to classify the implementation tools. Results: Twenty high-quality CPGs were selected from the 421 CPGs in the CHRONIDE study. Most of the 20 CPGs were developed by government institutions (16; 80%); with public funding (16; 80%); and almost half (9; 45%) addressed the treatment of cardiovascular diseases. The countries with the highest quality CPGs were the United Kingdom (6; 30%) and Colombia (5; 25%). The implementation strategies more frequently identified were at the professional level, such as distributing reference materials (18; 80%) and educating groups of health professionals (18; 80%). The organisational level stands out, with the most frequent strategies being change in the organisational structure (15; 75%) and change in the service delivery method (13; 65%). The financial and regulatory levels were the least identified in high- quality CPGs, and were identified in only 7 and 10 CPG respectively. Similarly, the tools identified were related to the professional level as clinical algorithms (14; 70%) and guidelines for physicians (7;35%) and organisational level as guidelines for caregivers (6;30%) and spreadsheet of implementation indicators (7; 35%). Conclusion: We observed that among the higher quality CPGs, the most common levels of implementation intervention were the professional and organisational levels, both regarding the presence of strategies and tools. The financial and regulatory levels were the least common. It can be said that there is still room for adjusting the implementation of CPGs by institutions to improve the performance of CPGs and achieve the expected health outcomes
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Data de Publicação
2020-07-05