Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno global que traz desafios significativos, incluindo hábitos não saudáveis, doenças crônicas e crescente utilização dos serviços de saúde. Embora estudos indiquem que a prática regular de atividade física esteja associada a uma melhor saúde neste grupo populacional, é notável a escassez de estudos epidemiológicos de base populacional que tenham analisado o comportamento dos idosos em relação aos diferentes domínios de atividade física. Diante disso, o estudo investigou os fatores associados à atividade física entre idosos residentes no município de São Paulo. Método: Foi realizado um estudo transversal com uma amostra representativa de idosos residentes no município de São Paulo, Brasil, utilizando dados de um inquérito de saúde. Para analisar as associações entre os diferentes domínios da atividade física com as características sociodemográficas, hábitos de vida, condições de saúde e uso dos serviços de saúde, utilizamos a análise bivariada, modelos de regressão de Poisson e correlação de Spearman. Resultados: Houve uma menor prevalência de indivíduos ativos na atividade física global à medida que a faixa etária aumenta, por outro lado, mulheres, maior escolaridade, engajado em atividade remunerada ou voluntária, melhor percepção da saúde, preferência pelo consumo de álcool e tempo gasto sentado reduzido, foram associados a uma maior prevalência de ativos. No âmbito do lazer, indivíduos com maior escolaridade, renda per capita superior, com plano de saúde e hipertensão foram associados a uma maior prevalência de ativos, enquanto uma percepção ruim da saúde foi associada a uma menor prevalência de ativos. No domínio doméstico, observou-se que a prevalência de ativos diminuiu à medida que a faixa etária aumentou, comportamento semelhante entre homens e entre aqueles com baixa escolaridade. No domínio ocupacional, os mais escolarizados e aqueles com a percepção da saúde boa foram associados a uma menor prevalência de ativos. No domínio de deslocamento, idosos com 80 anos ou mais, autoavaliação de saúde ruim ou regular e com obesidade foram associados a uma menor prevalência de ativos, enquanto os homens apresentaram uma maior prevalência de ativos. Na amostra geral, foi observado uma correlação positiva entre os serviços de saúde no geral e acompanhamento com a atividade física global; serviços de emergência com a atividade física no deslocamento. Ao estratificar a amostra por sexo, constatou-se uma correlação positiva entre os serviços de saúde geral e no acompanhamento com a atividade física global entre os homens. Além disso, os homens apresentaram uma correlação positiva entre serviços de emergência com a atividade física ocupacional. Entre as mulheres, houve correlação negativa entre serviços de emergência e a atividade física no lazer. Idosos insuficientemente ativos e ativos na atividade física global foram associados a uma menor prevalência de hospitalização ou internação. Conclusões: Este estudo preenche uma lacuna na literatura ao analisar o comportamento dos diferentes domínios da atividade física entre idosos, abrindo novos caminhos para insights valiosos que podem orientar o desenvolvimento de políticas públicas e programas de conscientização e intervenção voltados para a promoção da atividade física, com um foco especial nos grupos de maior risco identificados

Introduction: Population aging is a global phenomenon that brings significant challenges, including unhealthy habits, chronic diseases, and an increasing utilization of healthcare services. Although studies indicated that regular physical activity is associated with better health in this population group, there is a notable lack of population-based epidemiological studies that have analyzed the behavior of the older adults regarding different domains of physical activity. Considering this, the study investigated the factors associated with physical activity among older adults residents in the municipality of São Paulo. Method: A cross-sectional study was conducted with a representative sample of older adults residents in the municipality of São Paulo, Brazil, using data from a health survey. To analyze the associations between different domains of physical activity and sociodemographic characteristics, lifestyle habits, health conditions, and health service utilization, was used bivariate analysis, Poisson regression models, and Spearman correlation. Results: There was a lower prevalence of active individuals in overall physical activity as the age group increased; on the other hand, women, higher education, engagement in paid or volunteer activities, better self-perceived health, a preference for alcohol consumption, and reduced sitting time were associated with a higher prevalence of active individuals. In the leisure domain, individuals with higher education, higher per capita income, with health insurance, and hypertension were associated with a higher prevalence of active individuals, while poor self-rated health was associated with a lower prevalence of active individuals. In the homehold domain, it was observed that the prevalence of active individuals decreased as the age group increased, a similar trend among men and those with lower education. In the occupational domain, those with higher education and those with good self-perceived health were associated with a lower prevalence of active individuals. In the commuting domain, individuals with aged 80 or older, with poor or fair self-rated health, and obesity were associated with a lower prevalence of active, while men showed a higher prevalence of active individuals. In the general sample, a positive correlation was observed between overall healthcare services and follow-up with overall physical activity; emergency services with commuting physical activity. When stratifying the sample by gender, a positive correlation was found between overall healthcare services and follow-up with overall physical activity among men. Additionally, men showed a positive correlation between emergency services and occupational physical activity. Among women, there was a negative correlation between emergency services and leisure physical activity. Insufficiently active and active elderly individuals in overall physical activity were associated with a lower prevalence of hospitalization or admission. Conclusions: This study fills a gap in the literature by analyzing the behavior of different domains of physical activity among the older adults, opening up new avenues for valuable insights that can guide the development of public policies and awareness programs, with a special focus on identified higher-risk groups for promoting physical activity