Introdução: A associação entre a liberação de marcadores de necrose e dano estrutural miocárdico, após cirurgias de revascularização, na ausência de infarto agudo documentado (novo realce tardio), permanece incerta. Objetivo: Aplicar o Mapa T1 para avaliação estrutural do miocárdio antes e após cirurgias de revascularização com e sem circulação extracorpórea (CEC) e relacionar seus valores com a liberação de marcadores de necrose miocárdica. Métodos: Setenta e seis pacientes com doença arterial coronariana multiarterial estável e função ventricular sistólica preservada, foram incluídos nesta análise. Pacientes com realce tardio ou edema nas ressonâncias pré e/ou pós-procedimentos foram excluídos do estudo. Mapeamento T1, troponina I (TnI), creatino-fosfoquinase fração MB-Massa (CKMB-Massa) e dimensões e função ventricular foram mensurados antes e após os procedimentos. Resultados: Dos 76 pacientes incluídos, 44 foram submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica sem CEC e 32 com CEC; 52 eram homens (68,4%), a média de idade foi 63 ± 8,5 anos. Nos dois grupos, a mediana dos valores de T1 nativo foi semelhante antes e após as cirurgias. Houve um aumento significativo dos valores da fração de volume extracelular (ECV), após os procedimentos, explicado pela diminuição dos níveis dos hematócritos relacionados às cirurgias. O coeficiente de partição lambda não apresentou diferença significativa de seus valores, após as cirurgias em nenhum dos dois grupos. As médias do pico de liberação de TnI e CKMB massa foram significativamente maiores após as cirurgias com CEC quando comparadas às sem CEC (3,55 [2,12 4,9] vs 2,19 [0,693,4], P = 0,009 e 28,7 [18,255,4] vs. 14,3 [9,3 29,2], P = 0,009, respectivamente). A fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi semelhante em ambos os grupos antes e após as cirurgias. Conclusão: Na ausência de infarto do miocárdio documentado ou edema, o mapeamento T1 não identificou dano tecidual estrutural miocárdico após cirurgias de revascularização com ou sem circulação extracorpórea, a despeito da liberação excessiva de marcadores de necrose

Background: The association between the release of cardiac biomarkers and myocardial tissue damage after coronary artery bypass grafting (CABG) in the absence of myocardial infarction remains unclear. Objective: We aimed to identify whether the release of biomarkers is associated with cardiac tissue damage by assessing myocardial microstructure on T1 mapping after on-pump (ONCAB) and off-pump CABG (OPCAB). Methods: Seventy-six patients with stable multivessel coronary artery disease and preserved systolic ventricular function were included. T1 mapping, highsensitive cardiac troponin I (cTnI), creatine kinase myocardial band mass (CK-MB), and ventricular dimensions and function were measured before and after the procedures. Patients with delayed gadolinium enhancement or edema on pre- and/or post-procedures MRIs were excluded from the study. Results: Of the 76 patients, 44 underwent OPCAB, and 32 ONCAB; 52 were men (68.4%), and age was 63 ± 8.5 years. In both OPCAB and ONCAB the median native T1 values were similar before and after surgeries. There was a significant increase in extracellular volume values after the procedures, which was explained by the decrease in hematocrit levels during the second cardiac magnetic resonance. The lambda partition coefficient showed no significant difference after the surgeries. The median peak release of cTnI and CK-MB were significantly higher after ONCAB than after OPCAB (3.55 [2.124.9] vs 2.19 [0.693.4], P=.009 and 28.7 [18.255.4] vs. 14.3 [9.3 29.2], P=.009, respectively). Left ventricular ejection fraction was similar in both groups before and after surgery. Conclusion: In the absence of documented myocardial infarction, T1 mapping did not identify structural tissue damage after surgical revascularization with or without cardiopulmonary bypass, despite the excessive release of cardiac biomarkers