A presente tese tem como objetivo analisar o Programa Institucional de Cursinho Popular do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), desenvolvido na instituição no período de 2014 a 2017, por meio da Pró-reitoria de Extensão (PRX), buscando identificar o papel que essa ação de extensão desempenha na formação humana e profissional das/dos estudantes que dela participam como bolsistas de extensão. A pergunta que tentamos responder neste estudo pode ser apresentada da seguinte maneira: como o Cursinho Popular do IFSP, enquanto ação de extensão, pode ser espaço para a emergência de novas sociabilidades na educação pública estatal? Para tanto, baseamos nosso estudo no referencial teórico-metodológico de Karl Marx sobre o trabalho na sociedade capitalista e o trabalho no seu sentido ontológico, bem como no referencial de Antonio Gramsci, a fim de escrutinar a construção de hegemonia. Enquanto pesquisa qualitativa, realizamos análise bibliográfica sobre os temas da Extensão e do Cursinho Popular, e a análise documental da Extensão no IFSP. Como técnica para a coleta de dados, o nosso estudo realizou entrevistas com as/os coordenadoras/es e estudantes que atuaram como bolsistas nos Projetos de Cursinho Popular, o que nos permitiu abarcar um conjunto de significados que a ação trouxe para essas pessoas, bem como o papel da extensão como dimensão formativa na trajetória dos estudantes. Portanto, consideramos que o Programa Institucional de Cursinho Popular foi capaz de criar experiências formativas significativas e emancipatórias, na medida em que promoveu a participação ativa e democrática das e dos estudantes por meio de sua atuação como estudantes-educadores na ação extensionista.

This thesis aimed to analyze the Institutional Popular Course Program of the Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo (IFSP), developed at the institution from 2014 to 2017, through the Vice-rectorate of Extension (PRX) , seeking to identify the role that this extension action plays in the training of the students who participate in it as extension scholarship holders. The question we try to answer in this study can be presented as follows: how can the IFSP Popular Course, as an extension action, be a space for the emergence of new sociability in state public education? To this end, we based our study on Karl Marx's theoretical-methodological framework on work in capitalist society and work in its ontological sense, as well as Antonio Gramsci's framework in order to scrutinize the construction of hegemony. As a qualitative research, we carried out a bibliographical analysis on the themes of Extension and the Popular Course, and a documentary analysis of Extension at the IFSP. As a technique for data collection, our study carried out interviews with coordinators and students who worked as scholarship holders in the Popular Course Projects, which allowed us to encompass a set of meanings that the action brought to these people, as well as the role of extension as a formative dimension in the students trajectory. Therefore, we consider that the Institutional Popular Course Program was capable of creating significant training experiences, as it promoted the active and democratic participation of students through their performance as student-educators in the extension action.