Esta dissertação é o resultado de uma investigação sobre como pessoas que se autoidentificam como trans* vivenciaram processos de exclusão e abjeção e forjaram formas de resistência na tentativa de garantir o seu direito à educação. Ainda que a Constituição Federal de 1988 acene com a garantia desse direito para todxs, sem quaisquer formas de distinção, essa é uma realidade que não se efetiva para grupos marcados por gênero, etnias/raça, sexualidades e classes sociais inconformes. O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa qualitativa, que contou com cinco entrevistas com pessoas trans*, vinculadas ao Centro de Cidadania LGBTI Luana Barbosa dos Reis, com o intuito de aprofundar a compreensão da relação entre os processos de autoidentificação como trans* e a relação estabelecida com a escola nesse percurso. Os resultados da pesquisa revelam que a escola se configura como uma esfera excludente em relação à permanência de estudantes que desafiam as normas de gênero. No entanto, a existência de pessoas trans* no ambiente escolar convida a repensar as relações de gênero e o formato da instituição escolar e a propor uma escola realmente inclusiva.

The purpose of this investigation is to understand how people who self-identify as transgender have experienced processes of exclusion, abjection and created forms of resistance in an attempt to guarantee their right to education. Although the Federal Constitution of 1988 guarantees this right for all without distinction, this is a reality that is not effective for groups marked by non-conforming gender, race, sexualities and social classes. The study was conducted through a qualitative research that included the interview 5 trans* people related to the LGBTI Citizenship Center Luana Barbosa dos Reis, in order to deepen the understanding of the relationship between the trans* self-identification processes and the relation established with the school. The research results reveal that the school is configured as an exclusionary sphere in relation to the permanence of students who challenge gender norms. However, the existence of trans* people in the school environment invite their agents to rethink gender relations and the format of the school institution, proposing a truly inclusive school.