Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.48.2021.tde-28062021-201323
Documento
Autor
Nome completo
Rodolfo Zampieri Bezzon
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2021
Orientador
Banca examinadora
Bizerra, Alessandra Fernandes (Presidente)
Lejbman, Alfredo Goldman Vel
Rocha, Jéssica Norberto
Título em português
Espaços e atividades extraescolares segundo professores de ciências: contradições e possibilidades
Palavras-chave em português
Educação não formal
Excursões didáticas
Materialismo histórico-dialético
Museus de ciências
Percepção de professores
Resumo em português
O debate a respeito da importância de diferentes espaços educativos para a formação do sujeito ao longo da vida é de longa data. É possível perceber que em muitos momentos a história da educação formal esteve atrelada à da educação não formal, e vice-versa, e há também estudos que apontam que os espaços e atividades extraescolares podem enriquecer o processo de ensino- aprendizagem. Tendo isso em vista, este trabalho objetivou compreender como os professores de ciências da rede estadual, atuantes na Região Metropolitana de São Paulo, percebem suas relações com os espaços extraescolares, bem como os utilizam em seu trabalho, empregando como referencial teórico-metodológico o materialismo histórico-dialético e um ferramental rigidamente estruturado para a coleta e análise dos dados (questionário online e testes estatísticos). Nossa amostra constituiu-se de 243 participantes, em sua maioria mulheres entre 35 e 45 anos, formadas em instituições privadas e com pós-graduação em Educação/Ensino em Ciências. A maioria dos indivíduos reconhece as potencialidades dos espaços e atividades extraescolares no ensino-aprendizagem dos alunos, mas encontram grandes dificuldades para sair da escola, já que o apoio da Secretaria da Educação é escasso, há falta de professores substitutos e a rigidez do currículo por vezes impossibilita as saídas. Contudo, os docentes sentem-se preparados para elaborar e conduzir as atividades, ou seja, ressaltam que o preparo de sua formação (tanto inicial quanto continuada) foi satisfatório. Os fatores que mais influenciam as saídas da escola são a idade, o tempo de trabalho, o preparo dado pela formação inicial e a falta de verba/custeio por parte da Secretaria, que são condizentes com o referencial materialista histórico-dialético adotado pela pesquisa, isto é, as condições materiais mais importantes (capital, apropriação de saberes do gênero humano e as condições biológicas do indivíduo) são as que mais determinam o trabalho docente. Por fim, também constatamos que os equipamentos culturais científicos mais estruturados continuam permanecendo fora do alcance da escola pública e, consequentemente, constituem-se em fator de exclusão e manutenção da desigualdade social sistêmica, em suas múltiplas dimensões, como classe, raça/etnia e gênero.
Título em inglês
Out of school spaces and activities according to Science teachers: contradictions and possibilities
Palavras-chave em inglês
Historical-dialectic materialism
Non formal education
Out of school activities
Science museums
Teachers\' perceptions
Resumo em inglês
The debate about the importance of different educational spaces for the formation of the individual throughout life is quite old. It is possible to notice that in many moments the history of formal education has been attached to non formal educations, and vice-versa, and there are also studies that show that out of school spaces and activities can improve the teaching-learning process. With that in mind, this work aimed to comprehend how Science teachers from state network, working in São Paulo and its metropolitan region, perceive their relations with out of school spaces, as well as how they use them in their job, employing the historical-dialectic materialism as our theoretical-methodological reference and a rigidly structured instrument for data gathering and analysis (online questionnaire and statistical analyses). Our sample was made of 243 participants, mostly composed by women ranging from 35 to 45 years old, formed in private institutions and with a post-graduation in Education/Science Teaching. The majority of the individuals recognize the pros of the out of school spaces and activities in the teaching- learning of the students, but they come upon great challenges to leave school, because the support offered by the Secretary of Education is scarce, there is a lack of substitute teachers and the curriculum stiffness sometimes prevents these actions. Nevertheless, the teachers feel prepared to elaborate and conduct the activities, that is, they highlight that the training offered by their education background (both initial and continued) was satisfactory. The factors that most influenced out of school activities were age, working time, the training offered by the initial formation and the lack of funds on the part of the Secretary of Education, which are consistent to the historical-dialectical materialistic reference adopted by this research, this is, the most important material conditions (capital, human knowledge appropriation and the biological conditions of the individual) are the ones that most determine the teaching work. Lastly, we also found that the better structured cultural equipments continue to remain out of public school reach and, consequently, constitute a factor of exclusion and maintenance of systemic social inequality, in its multiple dimensions, such as class, race/ethnicity and gender.
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Data de Publicação
2021-07-01