A tese aborda a educação indígena e comunitária como espaço de luta etnopolítica, contrapondo os modelos das Reformas Educativas à práticas autônomas de educação comunitária. Para isso, tem como referência o trabalho pedagógico criado no Estado de Oaxaca, no Sul do México, fruto da articulação entre a organização das comunidades indígenas de Oaxaca e seus modos de aprendizagem com propostas pedagógicas desenvolvidas pelo movimento docente oaxaquenho. A construção da educação comunitária em Oaxaca se dá em meio a um contexto de violência permanente contra os povos originários mexicanos e também de agressão ao movimento docente de Oaxaca. Ambos construíram uma forte oposição à imposição da Reforma Educativa no México. A expulsão de comunidades indígenas de seus territórios interessa ao desenvolvimento de atividades econômicas previstas por grandes empresas. Neste sentido, a própria Reforma Educativa se coaduna com com a violência de Estado, posto que é utilizada como um instrumento para desmobilizar as comunidades originárias e o movimento docente de Oaxaca. Para dar conta deste cenário de conflito, que alcança desdobramentos na área da educação, o referencial da tese são os modos de viver e a ideologia índia de Oaxaca expressos no termo comunalidad, que norteia as propostas de educação comunitária da região. Por fim, ao mesmo tempo que aborda a diversidade cultural, a tese se dirige às investidas para anular a autodeterminação indígena; isto é, associa o avanço do capitalismo de rapina sobre territórios indígenas à intervenção empresarial na Educação. Por meio da análise do modelo educacional empresarial, a tese investiga os interesses de grandes corporações e organismos internacionais para erguer um modelo hegemônico na educação, aprofundando o que pesquisadores chamam de Apagão Pedagógico Global.

The thesis approaches indigenous and community education as a space for ethnopolitical struggle, opposing the models of Educational Reforms to autonomous community education practices. In order to do this, it has as reference the pedagogical work created in the State of Oaxaca, in the south of Mexico, as a result of the articulation between the organization of the indigenous communities of Oaxaca and their learning modes with pedagogical proposals developed by the Oaxacan teaching movement. The construction of community education in Oaxaca takes place amidst a context of permanent violence against Mexican native peoples and also of aggression against the teaching movement in Oaxaca. Both built a strong opposition to the imposition of the Educational Reform in Mexico. The expulsion of indigenous communities from their territories is concerned with the development of economic activities envisaged by large companies. In this sense, the Education Reform itself is consistent with State violence, since it is used as an instrument to demobilize the native communities and the teaching movement of Oaxaca. In order to account for this scenario of conflict, which reaches unfolding in the area of education, the thesis reference is the ways of living and the Indian ideology of Oaxaca expressed in the term comunality, which guides the community education proposals of the region. Finally, while addressing cultural diversity, the thesis is aimed at the inves- tors to annul indigenous self-determination; that is, it associates the advance of the capitalism of prey on indigenous territories to the business intervention in the Education. Through the analysis of the entrepreneurial educational model, the thesis investigates the interests of large corporations and international organizations to raise a hegemonic model in education, deepening what researchers call the Global Pedagogical Overtone.