Os sonhos têm um papel de fundamental importância em diversas culturas e organizações sociais, e sempre estiveram presentes ao longo da história da humanidade. Seu conteúdo e sua constituição podem ser excelentes balizadores sociais e uma forma de dizer não apenas de quem sonhou, mas também do contexto cultural e político no qual está imerso. Com isso, o objetivo dessa pesquisa é propor uma leitura que articule sonhos, política e questões que envolvem a saúde mental individual e coletiva, explorando tanto a constituição do conteúdo onírico quanto a potência de trabalhar com sonhos a partir da Psicologia Social. Para tal, não basta apenas atentar-se ao sonho: é necessário o tensionamento dialético de todo o processo de sono-vigília que o atravessa e do contexto cultural e social ao qual estão submetidos esses sonhos que são produzidos. Assim, a leitura que esta pesquisa se propõe a fazer se dá a partir da construção dos tempos lógicos do sonho, algo que será denominado como tempos oníricos. Ou seja: uma leitura de que a constituição dos seres falantes e de suas produções oníricas tem uma potência e pode ser um dizer, estruturado em camadas, que está intimamente ligado à dimensão sociopolítica. Portanto, os tempos oníricos são: (1) dormir; (2) sonhar; (3) despertar e (4) compartilhar, sendo que cada um dos tempos está relacionado dialeticamente com o outro. Para estruturar os tempos oníricos, os conceitos base e fundamentais que atravessam a pesquisa se dão a partir das noções de memória, elaboração, interpretação, implicação e tempo. Com isso, é proposto uma leitura que tome o sonho, e seus atravessamentos, como um material de trabalho para a Psicologia Social

Dreams play a fundamentally important role in different cultures and social organizations, and have always been present throughout human history. Its content and constitution can be excellent social beacons and a way of saying not only who dreamed of it, but also the cultural and political context in which it is immersed. With this, the objective of this research is to propose a reading that articulates dreams, politics and issues that involve individual and collective mental health, exploring both the constitution of dream content and the power of working with dreams from Social Psychology. For this, it is not enough just to pay attention only to the dream: it is necessary the dialectical tensioning of the entire sleep-wake process that crosses it and of the cultural and social context to which these dreams that are produced are submitted. Thus, the reading that this research proposes to do is based on the construction of the logical times of the dream, something that will be called oniric times. That is: a reading that the constitution of speaking beings and their dream productions has a power and can be a saying, structured in layers, which is closely linked to the sociopolitical dimension. Therefore, the oniric times are: (1) sleep; (2) dream; (3) waken and (4) sharing, each of which is dialectically related to the other. To structure the oniric times, the base and fundamental concepts that cross the research are based on the notions of memory, elaboration, interpretation, implication and time. With this, it is proposed a reading that takes the dream, and its crossings, as a working material for Social Psychology