Esta pesquisa busca aproximar Jacques Lacan e Georges Bataille, em seus respectivos conceitos de sublimação e erotismo, unindo-os pelos excessos e encarnações do gozo. O cerne da pesquisa está em sustentar o erotismo dos corpos como um movimento sublimatório eminente e inesquivável, o qual nos abre para o con-tato e a fragilização das identidades. Se, em Lacan, a sublimação eleva o objeto a dignidade da Coisa, este trabalho visa recuperar a dignidade do erotismo em sua presença destituinte, defendendo que ali encontramos os excessos que nos levam aos limites de nossas fantasias, onde um campo de experiências compartilhadas se abre. Propõe-se que o erotismo seria o espaço por excelência de despossessão que dilacera os esquematismos formais do eu, uma vez que é no corpo que irrompe a ressonância daquilo que não se esgota na linguagem. Assim, propõe-se que o erotismo seja elevado à dignidade da Coisa.

This research seeks to approach Jacques Lacan and Georges Bataille, in their respective concepts of sublimation and eroticism, uniting them through the excesses and incarnations of jouissance. The core of the research is to support the bodies eroticism as an eminent and unavoidable sublimation movement, which opens us up to contact and the weakening of identity. If, in Lacan, sublimation elevates the object to the dignity of the Thing, this work aims to recover the dignity of eroticism in its destituent presence, arguing that there we find the excesses that take us to the limits of our fantasies, where a field of shared experiences is open. It is proposed that eroticism would be the space par excellence of dispossession that tears apart the formal schematisms of the self, since it is in the body that the resonance of what is not exhausted in language erupts. Thus, here is proposed that eroticism should be elevated to the dignity of the Thing.