A espiritualidade aborda o transcendente, o sagrado, correlacionando-se com os valores, o significado e o propósito de vida. A visão contemporânea sobre essa temática a aborda para além da religião e compreende que ela pode ser experienciada no nível intrapessoal, interpessoal e transpessoal. Estudos recentes comprovam que pessoas mais espiritualizadas apresentam maior sensação de bem-estar e menor sofrimento psíquico. Segundo a literatura, a espiritualidade atua na promoção e prevenção quando se trata de saúde mental, o que tem fomentado um movimento que defende a inclusão dessa questão nos tratamentos psicológicos. Frente a isso, o presente estudo propõe avaliar níveis de espiritualidade dos alunos de graduação e pós-graduação da Universidade de São Paulo e a correlação com variáveis sociodemográficas e variáveis de rastreio em saúde mental. Assim como obter dados sobre a forma como essa população experiencia sua própria espiritualidade no seu cotidiano. Para isso, aplicou a Escala de Atitudes Relacionadas a Espiritualidade (ARES), Escala de Bem-Estar Psicológico (EBEP), Self-Reporting Questionnaire (SRQ 20) e questionário desenvolvido pela pesquisadora, com base em estudos na área, em uma amostra de 4615 alunos por meio da plataforma Google Forms. Após análise estatística, os resultados obtidos apontam para um alto sofrimento psíquico na amostra, assim como a presença de pensamentos suicidas. Encontrou-se correlação negativa entre esses dados e o nível de espiritualidade. Assim como encontrou que a espiritualidade influencia a saúde mental e o bem-estar desses alunos, que também são atravessados por forte influência dos dados sociodemográficos. Dentre as formas de vivenciar a própria espiritualidade, as mais ressaltadas pela amostra são: empatia, compaixão e emoções positivas. Conclui-se que a espiritualidade pode ser um recurso para melhorar a saúde mental da população, porém é essencial pensar em intervenções sociodemográficas.

Spirituality addresses the transcendent, the sacred, correlated with the values, meaning and purpose of life. The contemporary view of this theme approaches it beyond religion and understands that it can be experienced at the intrapersonal, interpersonal and transpersonal level. Recent studies prove that more spiritual people have a greater sense of well-being and less psychological distress. According to the literature, spirituality acts in the promotion and prevention when it comes to mental health, which has fostered a movement that defends the inclusion of these issues in psychological treatments. Given this, the present study proposes to evaluate levels of spirituality of undergraduate and graduate students at the University of São Paulo and correlates sociodemographic and mental health variables, as well as obtaining data on how this population experiences their own spirituality in their daily lives. For this, this study applied the Spirituality-Related Attitudes Scale (ARES), the Psychological Well-Being Scale (EBEP), the Self-Reporting Questionnaire (SRQ 20) and a survey developed by the researcher based on studies in the area in 4615 students using the Google Forms platform. After a statistical analysis, the results obtained point to high psychological distress in the sample, as well as the presence of suicidal thoughts. A negative association was found between these data and the level of spirituality. Just as found that spirituality influences the mental health and well-being of these students, which are also crossed by the strong influence of sociodemographic data. Among the ways of experiencing one's own spirituality, the most highlighted by the sample are: empathy, compassion and positive emotions. In summary, spirituality can be a resource to improve the mental health of this population, but it is essential to consider sociodemographic interventions.