A dor pode ser estudada sob uma perspectiva comportamental. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar os efeitos de estímulos verbais antecedentes na dor, utilizando o procedimento Cold Pressor Task (CPT), tendo a água gelada como estímulo aversivo. Utilizouse um delineamento intra-sujeito com 12 participantes com contrabalanceamento de ordem: 6 participantes foram expostos à ordem AB e 6 participantes à ordem BA, na qual a condição A era um tato com o autoclítico quantificador muito frio apresentado pelo próprio experimentador imediatamente antes do participante colocar a mão na água, e a condição B, tato com autoclítico qualificador boa. Foram realizadas 2 sessões por participante, cada sessão consistiu em uma fase de calibração da temperatura da mão (37°C por 2 minutos) e uma fase experimental (4°C por no máximo 2 minutos). A tolerância à dor foi medida pelo tempo que a mão do participante permaneceu em contato com o estímulo aversivo e foi contada em segundos por meio de um programa de edição de vídeo. A Escala Numérica de Avaliação foi aplicada ao final de cada sessão para avaliar a resposta verbal do participante sobre a intensidade da dor, que relatou um valor de 0 a 10, sendo 0 "sem dor" e 10 "pior dor possível". Dos doze participantes, oito mostraram maior tolerância na condição A, dois na condição B e dois mantiveram a mesma tolerância em todas as condições. Além disso, encontrou-se um efeito de ordem, conforme demonstrado por uma ANOVA mista com efeito aleatório por participante (p=0,003). Conclui-se que o efeito dos estímulos verbais antecedentes na modulação da dor, dependeu tanto da história prévia ontogenética de cada participante com os estímulos verbais manipulados, quanto da história de confiança construída experimentalmente

Pain can be studied from a behavioral perspective. This work aimed to evaluate the effects of verbal antecedent stimuli on pain, using a Cold Pressor Task (CPT), where cold water was the aversive stimulus. Participants were 12 adults, exposed to a within subject design with counterbalancing: 6 participants were exposed to conditions in the order AB, and the other 6 to conditions in the order BA. During condition A, participants were exposed to a tact with the quantifying autoclitc "very cold", presented by the experimenter immediately before the participant inserted her hand into the water. During condition B, instead of the autoclitic "very cold", we have used a qualifying autoclitic "good". For each of the two sessions we conducted a hand temperature calibration phase (98.6 ºF for 2 minutes) followed by an experimental phase (39.2 ºF until 2 minutes). The tolerance was measured through the time the participant remained in contact with the aversive stimulus, counted in second using a videotape. After each session, we applied a Numeric R? Scale to measure participants' verbal response about pain intensity, being 0 "no pain" and 10 "the worst possible pain". Eight out of twelve participants showed greater tolerance during condition A, other two tolerated more during condition B, and the other two showed the same tolerance between conditions. We found a statistically significant order effect, as shown by a mixed ANOVA with random effect per participant (p=0.003). We have concluded that the effect of the verbal stimuli antecedents in the modulation of pain depended both on the previous ontogenetic history of each participant with the verbal stimuli manipulated, and on the history of reliability experimentally built