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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.47.2021.tde-09042021-184320
Document
Auteur
Nom complet
Sarah Leonardo Dias
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2021
Directeur
Jury
Ventura, Dora Selma Fix (Président)
Costa, Marcelo Fernandes da
Liber, André Maurício Passos
Souza, Givago da Silva
Titre en portugais
Adaptação ao escuro na Distrofia muscular de Duchenne
Mots-clés en portugais
Adaptação ao escuro
Bastonete
Distrofia muscular de Duchenne
Distrofina
Retina
Sistema visual
Resumé en portugais
A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética recessiva ligada ao cromossomo X que resulta de mutações ou deleções no gene da distrofina, afetando a expressão de suas proteínas (Dps). Estas alterações resultam principalmente em grave comprometimento muscular. As alterações respiratórias decorrentes da insuficiência do músculo cardíaco e do diafragma, levam os pacientes à morte até o final da segunda década de vida. As Dps são necessárias para o funcionamento normal do sistema nervoso central. A retina é o local de expressão de quatro Dps - Dp427, Dp260, Dp140 e Dp71- e estudos prévios revelaram que a ausência de Dps na retina, causa alterações no eletrorretinograma (ERG) e em funções visuais como visão de cores e sensibilidade ao contraste temporal e espacial. O objetivo do presente estudo foi avaliar o curso temporal da adaptação ao escuro dada a possibilidade de perda de sensibilidade nos fotorreceptores cones e bastonetes. Além de examinar possíveis diferenças de desempenho nessa função relacionadas com os diferentes locais em que podem ocorrer mutações no gene DMD. Dado conhecimento prévio sobre a presença e o papel da isoforma Dp260 na retina, consideramos os pacientes com DMD com alterações anteriores (upstream) ao exon 30 (DMD U), promotor da Dp260, que não afetam sua expressão, ou posteriores (downstream) ao exon 30, que afetam a expressão da Dp260 (DMD Dp260) e dependendo de onde ocorram podem afetar a expressão de outras Dps. Para avaliar a adaptação ao escuro foi realizado um teste psicofísico não invasivo em 20 pacientes com DMD, dos quais 7 DMD U (idade média = 14,00±6,27 anos), 9 DMD Dp260 (idade média = 13,67 ± 3,12), 4 DMD Dp71, com alterações na Dp71 (idade média = 14 ± 4,24) e 21 controles (idade média = 26,05 ± 5,95 anos). Um protocolo curto, previamente relatado pelo nosso grupo (Nagy et al., 2017) foi utilizado para medir o nível de luminância de adaptação dos bastonetes. O protocolo total tem duração de 20 minutos com os seguintes passos: adaptação ao claro de um minuto com luminância de 3000 cd/m²; em seguida apresentação de estímulos luminosos de cor vermelha e verde por 8 minutos cuja intensidade era aumentada até sua detecção pelo observador. Logo após, o sujeito era adaptado ao escuro por 5 minutos seguido pela segunda etapa na qual a luminância para detecção de estímulos verdes era determinada. Foram medidos o tempo para a ocorrência da quebra entre as curvas dos cones e dos bastonetes e os limiares adaptados ao escuro dos cones e bastonetes. Os pacientes DMD Dp260 apresentaram elevação do tempo da quebra entre cones e bastonetes e do limiar de detecção de luz dos bastonetes quando comparados com pacientes com DMD U e com controles. No entanto, o limiar de luminância na quebra dos cones e bastonetes foi semelhante nos três grupos. Concluímos que, enquanto pacientes DMD Dp260 apresentam uma redução na sensibilidade dos bastonetes (p=0,04), os pacientes DMD U não apresentam prejuízos significativos. Surpreendentemente, os pacientes DMD Dp71, cuja Dp260 está deletada, também não apresentaram prejuízo significativo na sensibilidade dos bastonetes. Os três grupos não apresentaram diferenças estatísticas no limiar dos cones. Nossa hipótese de que há um prejuízo na adaptação ao escuro em pacientes com mutações na Dp260 se confirma nesse estudo
Titre en anglais
Dark adaptation Duchenne muscular dystrophy
Mots-clés en anglais
Dark adaptation
Duchenne muscular dystrophy
Dystrophin
Retina
Rod cell
Visual system
Resumé en anglais
Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) is a recessive genetic disease associated to the X-chromosome that results from mutations or deletions in the dystrophin gene (DMD), affecting the expression of its proteins (Dps). These alterations result mainly in severe muscle impairment. Respiratory changes caused by insufficiency of the cardiac muscle and the diaphragm, due to quick muscle loss, take patients to death by the end of the second decade of life. Dps are also necessary for normal function of the central nervous system. Four Dps are expressed in the retina - Dp427, Dp260, Dp140 e Dp71 and previous studies showed that their absence, causes alterations in the electroretinogram (ERG) and in visual functions as color vision and temporal and spatial contrast sensitivity. The goal of this work was to assess the temporal course of the dark adaptation and final cone and rod photoreceptor thresholds, to investigate possible losses of sensitivity. The goal was also to examine if visual performance was related to the locus of DMD gene mutations. Given the previous knowledge about the presence and its function of the Dp260 isoform in the retina we considered DMD patients with alterations before exon 30 (upstream, DMD U), Dp260 promoter, or after exon 30 (downstream, DMD D), which affect the expression of Dp260, and depending where they occur may affect the expression of one or more of the other Dps. In order to evaluate dark adaptation, we used a non-invasive psychophysical test. We examined 20 DMD patients, 7 DMD U (mean age= 14.00±6.27 years), 9 DMD D260 (mean age= 13.67 ± 3.12) and four DMD D with alteration in Dp71 (DMD D71, mean age= 14 ± 4.24). The control group was composed by 21 healthy volunteers (mean age= 26.05 ± 5.95 years). A short dark adaptation protocol, previously reported by our group (Nagy et al., 2017) was used. The total session duration was 20 minutes with the following steps: one minute exposure to a 3000 cd/m² light; followed by luminance threshold determination of alternating red and green color lights for 8 minutes. After that, there was a 5 minute period in the dark, followed by the second part of the protocol, in which luminance thresholds for detection of the green stimulus were determined. We measured the time for the rod/cone break in the dark adaptation curve and the final cone and rod thresholds. DMD Dp260 patients, showed elevation of the break time and of the rod luminance thresholds when compared to DMD U patients and with control. No difference was found in the luminance thresholds needed for the rod/cone break in the three groups. We concluded that while DMD Dp260 patients presented a reduction of rod sensitivity (p=0.04), the DMD U patients did not present significant damage on rod sensitivity. Surprisingly, the DMD Dp71 patients, in which, in addition to Dp260, Dp71 is deleted, also did not present significant damage in rod sensitivity. No differences in cone sensitivity were found among the three groups. Our hypothesis of a loss in the dark adaptation of patients that have Dp260 mutation was confirmed in this study
 
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Date de Publication
2021-04-13
 
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