Final de milênio: de um lado temos a experiência total de dessacralização da sociedade contemporânea baseada no desenvolvimento humano do intelecto e da ciência, e, de outro, um crescente interesse por esta mesma sacralidade perdida, manifestapelo reinvestimento humano nos símbolos sagrados em busca de uma orientação transcendente. Nesta arena convivem inúmeras imagens e idéias que fornecem o substrato para a formação das representações sociais que habitam o imaginário coletivo einfluenciam o imaginário e as identidades pessoais. Toda sociedade possui representações criadas socialmente que estruturam as atitudes, os valores, os conhecimentos e pautam, em conseqüência, as condutas dos diferentes indivíduos e dos grupossociais em relação a múltiplos fenômenos, entre os quais a saúde e a doença. Estes fenômenos, ao mesmo tempo que possuem uma dimensão social, constituem a mais íntima e individual das realidades, sendo exemplos concretos da ligação entre apercepção individual e o simbolismo social, logo, do processo de produção de representações sociais. As representações sociais são uma forma de conhecimento social, um modo de pensar e de interpreta a realidade cotidiana: atividade mentalutilizada por indivíduos e grupos a fim de fixar sua posição em relação a situações, acontecimentos e comunicações que lhes concernem. Situada no campo do conhecimento social a tarefa desta pesquisa é investigar as representações sociais dossacerdotes supremos do Candomblé Jéje-Nagô(pais e mães de santo) sobre saúde e doença. Buscando compreender como esta religião, através das várias formas pelas quais seus símbolos são vivenciados e continuamente re-significados por indivíduos egrupos, produz elementos para a promoção da saúde e para a prevenção, controle e enfrentamento da doença, inlfuenciando a maneira pela qual doente e comunidade percebem e tratam o problema. A pesquisa possui como meta contribuir para a formação ) e prática dos profissionais de saúde através do estudo do caráter sócio-cultural das representações de saúde e doença

The end of millenium: on one hand we have the experience of total desecration of the contemporary society based on the human development of science and intellect, and, on other hand, an increasing interest in the lost sacredness, expressed bythereinvestment in sacred symbols in the search for a transcendent orientation. Several images and ideas live together in this arena, they provide the substrate for the development of the social representations which inhabit thecollectiveimaginary and influence and the personal identities. Every society has representations which are created socially and that structure the attitudes, the values, the knowledge and consequently rule the behavior of different individualsand socialgroups in relations to various phenomena such as health and illness. These phenomena have a social dimension and at the same time, constitute the most intimate and individual of the realities, being concrete examples of theintellectual linkingbetween the individual perception and the social symbolism, thus of the process of production of the social representations. The social representations are a sort of social knowledge, a way of thinking and interpreting dailyreality: mentalactivity used by individuals and groups in order to establish their position in relation to situations, happenings and communication that are of their concern. Situated at the social knowledge area, the aim of this research is toinvestigate the social representationsof the supreme pirest of Candomblé J6eje-Nagô about health and illness. The searching for the understanding of this religion, through the various ways of which its symbols are experienced and continuouslygiven new meanings by individuals and groups, produces elements for the promotion of health and to the prevention, control and confrontation with the illness, influencing the way which the sick person and the community perceive and treat theproblem. It is the aim of this research to contribute to the development and practice of the professionals who deal with health through the study of thesocial-cultural character of the representations of health and diseases