Os conflitos interpessoais fazem parte das relações que estabelecemos com o mundo e a forma como são resolvidos define a qualidade dessa relação. Entendemos o ser humano como um ser biológico e ao mesmo tempo psicossocial, que necessita coordenar primordialmente três dimensões: o eu, o outro e a cultura na qual está inserido para lidar com os conflitos e chegar a uma decisão sobre como reagir. Nesse sentido, o presente estudo de caráter exploratório, com abordagem quali-quantitativa, tem como objetivos identificar quais são as tendências de resolução de conflitos adotadas por crianças e adolescentes pertencentes a uma escola pública urbana, uma indígena e outra quilombola, do interior do estado de Mato Grosso e, verificar as possíveis diferenças entre essas culturas. Nossa amostra foi composta por 81 participantes, na faixa etária de dez a treze anos, distribuídos homogeneamente entre cada cultura. Para coleta de dados utilizamos a escala Childrens Action Tendency Scale (CATS). Para análise de dados, utilizamos a análise qualitativa, por meio de categorias de resolução de conflito já identificadas, buscando fazer um diálogo entre a perspectiva da Psicologia Cultural e da Psicologia Moral. Os resultados demonstraram que a estratégia submissa foi a que prevaleceu em todas as culturas pesquisadas, apesar das justificativas serem diferentes em cada cultura, afirmando o caráter social do ser humano

Interpersonal conflicts are part of the relationships we establish with the world and the way they are resolved defines the quality of that relationship. We understand the human being as a biological and, at the same time, psychosocial being, which needs to coordinate primarily three dimensions: the self, the other and the culture in which it is inserted to deal with conflicts and reach a decision on how to react. In this sense, the present exploratory study, with a qualitative and quantitative approach, aims to identify which are the conflict resolution trends adopted by children and adolescents belonging to an urban school, a native and a quilombola public school, from the Mato Grossos inland cities and check the possible differences between these cultures. Our sample consisted of 81 participants, aged 10 to 13, distributed homogeneously between each culture. For data collection, we used the Childrens Action Tendency Scale (CATS). For data analysis, we used qualitative analysis through conflict resolution categories already identified, seeking to make a dialogue between the perspective of Cultural Psychology and Moral Psychology. The results showed that the submissive strategy prevailed in all the researched cultures, despite the justifications being different in each of them, affirming the social character of the human being