The Canoas and Perau Pb-Zn-Ag- (Cu-Ba) deposits are located in the southeastern portion of the state of Paraná, near the border with the state of São Paulo, in a region called Vale do Ribeira. Various authors classify these as Sedex (sedimentary exhalative). The Ribeira Valley region has records of lead exploitation since the mid1950s, having been responsible for all Brazilian production in that period. This work investigated Canoas and Perau deposits by (1) compiling and integrating data from previous metallogenetic studies, (2) collecting new geological data in the field, (3) redescription of drill holes conducted by CPRM in the 1980s, (4) analyzes of sulfide mineral chemistry and sulfur isotopes in sulfides of the mineralized horizon, and (5) fluid inclusion studies in quartz of samples from the mineralized horizon. A Calymmian metavolcano-sedimentary succession (ca. 1475-1490 Ma), called the Perau Formation, dominates the geological framework of the Canoas and Perau deposits, which forms part of the Apiaí Terrane of the Southern Ribeira Belt, located in the central portion of the Mantiqueira Province. The Canoas and Perau deposits ore is characterized by massive and widespread sulfide levels consisting predominantly of the galenasphalerite-chalcopyrite-pyrite association, with varying amounts of barite along the mineralized horizon called "Horizonte Perau". The sulfide levels are intercalated in a package of calc-silicate rocks from the Perau Formation schist unit, which underwent deformation and metamorphism in high greenschist to amphibolite facies in the Neoproterozoic (615-570 Ma) during the Brasiliano / Pan African orogeny. Sulfur isotope data obtained for Canoas and Perau deposits (+1.2 to +13.16 ? and -1.88 to + 3.25 ?, respectively) show values similar to other Proterozoic-age SEDEX deposits with the sulfur source being dominated by seawater reduced by mechanisms of BSR (biogenic sulfate reduction) and TSR (thermochemical sulfate reduction). Analyzes of sphalerite mineral chemistry reveal differences in Fe content between barite (avg. 1.22 wt%) and silica (avg. 7.24 wt%) rich ores, indicating differences in sphalerite precipitation temperature between these two types of ore. Microthermometric data suggest the performance of metamorphic fluids characterized by primary fluid inclusions with intermediate Th (255 - 401 ° C) and low salinity (0.45 to 2.35% by weight of NaCl equiv.) and, by secondary aqueous inclusions with Th (108 - 203 ° C) and intermediate to high salinity values (6.44 to 25.33 wt% equiv. NaCl). The described fluids represent the H2O-NaCl-MgCl2-CO2 systems for the primary inclusions and H2O-NaCl-CaCl2 for the secondary aqueous inclusions. Both systems consist of chloride complexes, worked on the remobilization and, the reconcentration of primary mineralization during deformation and metamorphism in the Neoproterozoic.

Os depósitos de Pb-Zn-Ag-(Cu-Ba) de Canoas e do Perau localizam-se na porção sudeste do estado do Paraná, próximo à divisa com o estado de São Paulo, em região denominada de Vale do Ribeira. Esses depósitos são classificados, por diversos autores, como do tipo Sedex (sedimentar exalativo). A região do Vale do Ribeira apresenta registros da exploração de chumbo desde meados da década de 1950, tendo sido responsável por toda a produção brasileira naquele período. Este trabalho investigou os depósitos de Canoas e Perau por meio de (1) compilação e integração de dados de estudos metalogenéticos prévios, (2) coleta de novos dados geológicos em campo, (3) redescrição de furos de sondagem realizados pela CPRM na década de 1980, (4) análises químicas minerais e de isótopos de enxofre em sulfetos de horizontes mineralizados, e (5) estudos de inclusões fluidas em quartzo de amostras de horizontes mineralizados. O quadro geológico dos depósitos de Canoas e Perau é dominado por uma sucessão metavulcano-sedimentar de idade Calimiana (ca. 1475-1490 Ma), denominada de Formação Perau, que integra o Terreno Apiaí da Faixa Ribeira Meridional, localizada na porção central da Província Mantiqueira. O minério dos depósitos do Perau e de Canoas é caracterizado por níveis de sulfeto maciço e disseminado constituídos predominantemente pela associação galena-esfaleritacalcopirita-pirita, com quantidades variáveis de barita ao longo de horizonte mineralizado denominado de Horizonte Perau. Os níveis sulfetados estão intercalados em pacote de rochas calciossilicáticas da unidade de xistos da Formação Perau, que foram submetidos à deformação e metamorfismo em fácies xisto verde alto a anfibolito no Neoproterozoico (615-570 Ma), durante a orogenia Brasiliana/Pan africana. Dados de isótopos de enxofre, obtidos para os depósitos de Canoas e do Perau (+1.2 a +13.16 ? e -1.88 a +3.25?, respectivamente) apresentam valores semelhantes a outros depósitos do tipo SEDEX de idade Proterozoica, com a fonte do enxofre sendo dominada por água do mar reduzida a partir de mecanismos de BSR (redução biogênica de sulfato) e TSR (redução termoquímica de sulfato). Análises de química mineral em esfalerita revelam diferenças no conteúdo de Fe entre os minérios ricos em barita (1.22% em peso) e sílica (7.24% em peso), indicando diferenças na temperatura de precipitação da esfalerita entre esses dois tipos de minérios. Dados microtermométricos obtidos sugerem a atuação de fluidos metamórficos caracterizados por inclusões fluidas primárias com Th intermediária (255 - 401 °C) e baixa salinidade (0,45 a 2,35% em peso de NaCl equiv.) e por inclusões aquosas secundárias com Th (108 - 203°C) e valores de salinidade intermediárias a altas (6,44 a 25,33% em peso de NaCl equiv.). Os fluidos caracterizados representam os sistemas H2O-NaCl-MgCl2-CO2 para as inclusões primárias e H2O-NaCl-CaCl2 para as inclusões aquosas secundárias. Ambos os sistemas, constituídos por complexos cloretados, atuaram na remobilização e reconcentração das mineralizações primárias durante a deformação e o metamorfismo no Neoproterozoico.