O propósito da presente pesquisa foi investigar como se dá a prática docente em Educação Física Escolar (EFE) no Ensino Médio (EM) orientada pelo Currículo do Estado de São Paulo (CESP) e seus materiais de apoio na rede pública de ensino, indagando quais os conteúdos utilizados pelos(as) professores(as) e se há outras fontes para elaboração de suas aulas, analisando também suas concepções pessoais sobre a área. Participaram voluntariamente do estudo 62 docentes da rede, que responderam a um questionário online composto por quatro questões abertas e uma série de questões fechadas. Considerou-se como principais referências as discussões de autores(as) acerca da: função da escola e o EM; as concepções sobre currículo; os documentos norteadores para o EM; o CESP e a EFE; a identidade da Educação Física e a formação do(a) professor(a) de EFE; a prática docente e a EFE. Para análise das respostas às questões abertas que nortearam a discussão foi utilizada a metodologia de Análise de Conteúdo (BARDIN, 1988), articulada com o cálculo de Ranking Médio para questões com Escala de Likert e estatística descritiva para as questões fechadas que a apoiaram. Os resultados desta investigação demonstraram que os(as) participantes da pesquisa de modo geral: a) atuam considerando o CESP em suas práticas com ênfase destacada para a seleção do eixo de conteúdo "esporte" e do eixo temático "corpo, saúde e beleza" em detrimento de outras proposições presentes no documento menos citadas; b) definem a EFE utilizando termos concretizados historicamente, como "cultura corporal", "cultura de movimento", "corpo" e/ou "saúde", mas frequentemente ampliam suas definições com ideias românticas, utópicas ou deslocadas - situação prevista por Tani (1991; 2011) - dada a indefinição do corpo de conhecimentos da Educação Física; c) respondem contraditoriamente quanto inclusão da EFE na área de "Linguagens" no CESP; d) afirmam seguir o CESP, seja por obrigação, porque veem aspectos positivos no documento, ou mesmo criticando-o em alguns aspectos; e) descrevem práticas que revelam apropriação dos conteúdos do CESP, sem prescindir dos conhecimentos da experiência, de ajustes ao contexto e demonstrando novamente proximidade relevante com a perspectiva de qualidade de vida, saúde e esporte. Conclui-se que a prática docente em EFE - definida por Silveira (2019a) como os modos de ser e agir em face das demandas do currículo, mediante as pressões sofridas e as flexibilizações solicitadas pelos sistemas de ensino, bem como mediante as requisições do cotidiano escolar de cada comunidade - encontra no CESP, que ultrapassa seus dez anos de implementação na rede estadual, uma referência consideravelmente importante para seus professores(as), enquanto a Educação Física tal qual área de pesquisa na universidade permanece incipiente quanto à elaboração de abordagens de roteiro completo que embasariam a atuação profissional nas escolas

The purpose of this study was to investigate how Physical Education (PE) teaching approach in public high schools (HS) context happens considering the guidelines provided by São Paulo State Curriculum (SPSC) and its supporting materials, questioning which contents are selected by teachers, whether there are other sources used to elaborate their classes and furthermore, analyzing their personal conceptions about the field. The sample of this study was made of 62 teachers who answered an online form containing four open questions and a sum of closed questions. The main references considered for the literature review were based on themes concerning the role of scholar education; curriculum theories; HS official guidelines; SSC and PE; PE identity and teacher training. The open questions were analyzed based on the Content Analysis Method (BARDIN, 1988), which led the discussion along with Medium Ranking calculus for Likert Scale questions and descriptive statistics for the closed questions. The results of this investigation showed that this group of teachers in general: a) teach using SPSC in their classes, emphasizing the axes of content named "sports" and "body, health and beauty", at the expense of other proposed contents in this guideline; b) define PE using historically consolidated terms such as "body culture", "movement culture", "body" and/or "health", even though they frequently broad their definitions with romantic, utopic or displaced ideas - a foreseen diagnosis made by Tani (1991; 2011) - given the undefined body of knowledge in the PE area; c) answer contradictorily when asked about PE's classification as a "Language" area in the SPSC; d) claim to follow SPSC, whether by occupational obligation, by the positive aspects of the guideline, or even by criticizing the proposal; e) describe their teaching approaches revealing that SPSC's contents are considerably embodied, however, using their experience knowledge and context adjustments as well, nevertheless showing the aforementioned perspectives of life quality, health and sports. As a conclusion, the PE teaching approach - defined by Silveira (2019) as the ways of being and acting in the face of curriculum demands, pressures and adaptations exercised by the educational systems and the incoming requisitions from the school context - finds in the SPSC, after more than ten years since its implementation in the State of São Paulo, an important source for these teachers, whilst PE as a field of knowledge and scientific research remains incipient when considering the conceptualization of complete script approaches, which could foment the professionals at their classes and schools