A utilização de estratégias ergogênicas têm sido amplamente investigadas, com o intuito de aumentar o desempenho em exercícios intermitentes de alta intensidade, por meio do aprimoramento do tamponamento intra e extracelular. Nesse contexto, a hiperventilação voluntária surge como um método alternativo, que pode induzir a alcalose rapidamente pela respiração, ao reduzir a pressão parcial de dióxido de carbono e consequentemente gerar hipocapnia. Entretanto, essa temática ainda é controversa, pois ainda se sabe se existem mecanismos positivos relacionados à prática e nem mesmo a quantidade de placebo existente em estudos anteriores, dada a intervenção no controle respiratório. Os efeitos da hipocapnia parecem ser breves, portanto, para sustentá-la durante todo o exercício intervalado, podendo ser, então, interessante a combinação de protocolos de hiperventilação. Para tanto, o objetivo dessa tese foi testar os efeitos combinados e isolados da hiperventilação voluntária hipocápnica de protocolos longos e curtos sobre o metabolismo energético e o desempenho intermitente de alta intensidade. Em adição, verificamos o possível efeito placebo nesse mecanismo de modulação do controle respiratório, por meio do oxigênio placebo. Com relação à metodologia, doze atletas realizaram o teste de desempenho intermitente (10 sprints de 10 segundos por 60 segundos de intervalo), nas seguintes condições experimentais: Controle, Placebo, Hiperventilação longa + Placebo, Placebo + hiperventilação curta, hiperventilação longa + hiperventilação curta, para verificar tais efeitos sobre o desempenho. Resultados: não houve efeito de condição nos sprints em relação a: potência de pico (p= 0,145), potencia média (p = 0,264), trabalho total ao longo de toda sessão de exercício (p = 0,683) e contribuição dos sistemas energéticos, em valores absolutos totais de gasto calórico (p = 0,272). Conclusão: Não houve nenhum tipo de efeito ergogênico agudo sobre o desempenho intermitente de sprints repetidos, ademais não houve efeito de expectativa de uma intervenção na modulação respiratória. Portanto, o mecanismo de expectativa do oxigênio placebo parece não impactar no desempenho de sprints repetidos

The use of ergogenic strategies, such as beta-alanine or sodium bicarbonate supplementation, has been widely investigated to increase performance in high-intensity intermittent exercises through the improvement of intra- and extracellular buffering. In this context, voluntary hyperventilation appears as an alternative method that can rapidly induce alkalosis through breathing, reducing the partial pressure of carbon dioxide, generating hypocapnia. However, this issue is still controversial, and it is still unclear whether there are positive mechanisms related to hypocapnia, and how much of a placebo mechanism may have occurred in previous studies given the intervention consists of respiratory control. The effects of hypocapnia seem to be brief, so to sustain it throughout interval exercise, the combination of hyperventilation protocols appears interesting. The aim of this study was to test the combined and isolated effects of long and short hypocapnic voluntary hyperventilation protocols on energy metabolism and high-intensity intermittent performance, and to verify a possible placebo effect in this mechanism of modulation of respiratory control through placebo oxygen. Methods: Twelve athletes performed the intermittent performance test (10 sprints of 10 s interspersed by 60 s intervals), in the following experimental conditions: Control, Placebo, Long hyperventilation + Placebo, Placebo + Short hyperventilation, Long hyperventilation + Short hyperventilation. Results: There was no effect of condition on sprint performance in relation to peak power (p = 0.145), average power (p = 0.264), total work done throughout the entire exercise session (p = 0.683) or the contribution of the energy systems (in absolute values of total caloric expenditure; p = 0.272). Conclusion: There was no ergogenic effect of long or short hyperventilation on performance of repeated sprints. Additionally, there was no expectation effect of an intervention on respiratory modulation, suggesting that the expectation of placebo oxygen does not seem to impact the performance of repeated sprints