No ambiente digital, há escolhas em toda a estrutura da formatação narrativa que passa pela tela do sistema de publicação (o template), design de informação, fluxos de navegação, metadados, bots, entre outros recursos. Atuam atores humanos e não humanos em uma escrita que muitas vezes é iniciada em codificações maquínicas. Esse sistema narrativo (BERTOCCHI, 2013) é dinâmico, pode envolver diferentes profissionais em um tempo de produção distinto do hard news; lida com imprevistos que vão de bugs em alguma etapa de processamento dos dados ao formato que melhor atende ao consumidor. Algumas empresas passaram a adotar uma visão de produto no desenvolvimento de conteúdos mais complexos e com muitos recursos gráficos e tecnológicos. São distintas rotinas produtivas, muitas alinhadas à estratégia para reter e atrair novos usuários. Para contemplar o momento de transformação digital e/ou para organizar práticas redacionais, algumas ambiências têm implementado metodologias ágeis que envolvem a adoção de frameworks em um conjunto de práticas que permite a entrega de produtos em ciclos menores, alinhadas às necessidades do cliente e à proposta da empresa. Esses clientes podem ser internos ou externos, os produtos podem visar valores comerciais/financeiros ou ofertar uma prestação de serviço e valor social, como credibilidade. Como as metodologias ágeis são utilizadas na produção de conteúdos jornalísticos? Discutimos essas produções num ecossistema cuja visão da audiência-economia-tecnologia é considerada um campo interconectado (SAAD, 2016). Recorremos aos estudos do jornalismo, em especial do digital (STEENSEN; WESTLUND, 2020) em questões que rompem com o que antes era dado como certo sobre mídia, jornalismo e esferas públicas. Partimos do contexto contemporâneo de uso de dados, da visão de produto e da aplicação do Ágil como gestão otimizada. A discussão foi aprofundada em estudos de casos múltiplos (YIN, 2001) envolvendo o Grupo RBS e o Globoesporte.com.

In the digital environment there are choices in a whole structure of narrative formatting that passes through the screen of the publishing system (the template), information design, navigation flows, metadata, bots, among other resources. Human and nonhuman actors act in a writing that is often initiated in machinic codifications. This narrative system (BERTOCCHI, 2013) is dynamic, it can involve different professionals in a different production time than hard news; it deals with unforeseen events ranging from bugs in some stage of data processing to the format that best suits the consumer. Some companies started to adopt a product vision in the development of more complex contents and with many graphic and technological resources. There are different productive routines, many aligned with the strategy to retain and attract new users. In order to contemplate the moment of digital transformation and / or to organize editorial practices, some environments have implemented agile methodologies that involve the adoption of frameworks in a set of practices that allows the delivery of products in smaller cycles, according to the client's needs and company proposal. These customers can be internal or external, the products can aim at commercial / financial values or offer a service and social value, such as credibility. How are agile methodologies used in the production of journalistic content? We discuss these productions in an ecosystem whose audience-economy-technology is considered an interconnected field (SAAD, 2016). We resort to studies of journalism, especially digital (STEENSEN; WESTLUND, 2020) on issues that break with what was previously taken for granted about the media, journalism and public spheres. We start from the contemporary context of data use, the product vision and the application of Agile as optimized management. The discussion was deepened in multiple case studies (YIN, 2001) involving RBS Group and Globoesporte.com.